A segunda edição da Feira Ibérica de Turismo (FIT), que terminou no domingo na Guarda, registou «mais de 30 mil visitantes», anunciou a autarquia, que organizou o certame.
O evento reuniu mais de uma centena de expositores de norte a sul do país, da ilha da Madeira e do outro lado da fronteira. Estiveram presentes regiões de Turismo, agências de viagens, hotéis, unidades termais, associações de municípios, autarquias, reservas naturais, comissões vitivinícolas, empresas ligadas ao desporto de aventura, gastronomia e artesanato. Este ano, o seu primeiro visitante foi Pedro Passos Coelho, que fez questão de se demorar pelos 7.000 metros quadrados da feira no Parque Urbano do Rio Diz. Após a cerimónia de abertura, o primeiro-ministro conversou, cumprimentou, provou e bebeu tudo para comprovar que a feira é uma aposta ganha da Câmara da Guarda. «É uma iniciativa ousada e condenada ao sucesso», disse o chefe do Governo, que elogiou a aposta da autarquia em «furar esta ideia mais pequenina de fazer uma feira com o que é nosso e de ter conseguido deitar a mão a um projeto mais ambicioso que pode ser partilhado dos dois lados da fronteira».
Para Passos Coelho, «há uma grande possibilidade a explorar» na área do turismo, que tem um «peso significativo no nosso PIB» e que «é possível qualificar ainda mais a oferta». De resto, o governante assinalou que Portugal está a fazer um caminho de recuperação «muito sensível», mas que não devem ser dados «passos maiores» do que a perna. «Sabemos que a economia espanhola tem estado a recuperar muitíssimo bem. Nós estamos também a fazer um caminho de recuperação. A economia portuguesa deverá este ano crescer pelo menos 1,6 por cento. É a nossa expectativa», declarou o primeiro-ministro, dizendo tratar-se de uma «expetativa prudente» porque «não queremos entusiasmar em excesso os portugueses com estes números». Por sua vez, Álvaro Amaro reconheceu que a FIT já ultrapassou as suas expetativas e é «um caso de sucesso».
Na sua opinião, chegou a altura da Entidade Regional do Turismo do Centro e do Turismo de Portugal se juntarem à autarquia na organização das próximas edições. «A FIT deve ser, tem de ser, abraçada por outras instituições do turismo português para que se possa consolidar a marca e tornar a FIT numa feira de referência nacional e ibérica», afirmou o presidente do município, referindo que a Guarda está «equidistante de Lisboa e Madrid». No seu discurso, o edil lembrou ainda que Salamanca registou em março mais de 75 mil dormidas e que a previsão das entidades oficiais espanholas é que a região “charra” – como é conhecida a província de Salamanca – receba um milhão de turistas por ano. «Bastará envolvermo-nos mais com os nossos vizinhos para tentar captar 10 por cento desses visitantes. São cem mil turistas que podem vir mais à Guarda e a esta região, isso não é ambição em demasia», admitiu Álvaro Amaro. O presidente da Câmara da Guarda aproveitou ainda a Feira Ibérica de Turismo para anunciar que a hasta pública do Hotel Turismo, realizada na quinta-feira, ficou deserta mas vai ter novo procedimento no final de maio com duas opções e adiantou que haverá pelo menos um interessado.
Luis Martins