A Câmara da Guarda quer que o atual museu da cidade passe a ser gerido pelo município e tem intenção de criar uma estrutura museológica mais abrangente e virada para o futuro. O anúncio foi feito pelo presidente da autarquia na última quinta-feira durante a sessão solene comemorativa do Dia da Cidade, presidida pelo secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier. O objetivo é criar o “Museu da Cidade” no antigo edifício do Paço Episcopal, que acolhe atualmente o Museu da Guarda e o Paço da Cultura.
Álvaro Amaro sustenta que a ideia é requalificar todo o edifício para criar uma «zona museológica» dedicada à história da cidade, mas só depois do atual museu passar a ser gerido pela autarquia. Para o efeito, o edil aproveitou a presença do secretário de Estado da Cultura: «Diga-me quanto gasta o Estado com o Museu da Guarda, transfira-o para a competência do município da Guarda e ainda lhe faço desconto», afirmou, sublinhando que assim «poupamos ao Estado e ganhamos na eficácia». No seu discurso, o presidente do município pediu ajuda a Jorge Barreto Xavier para que «possamos ter na Guarda um museu que nos conte a história da cidade» e, simultaneamente, «nos transporte na era moderna para aquilo que é o orgulho destes 815 anos». Para Álvaro Amaro, com o futuro museu «poderemos aumentar seguramente o poder de atração e reforçar a economia da Guarda», adiantando que a sua criação vai envolver todas as instituições sediadas no antigo Paço Episcopal e que o projeto deverá ser candidatado a fundos comunitários.
Criado na Guarda, o secretário de Estado da Cultura prometeu o seu «empenho» para transformar aquela área «num quarteirão dedicado à cultura e às artes» e para passar o atual museu para a tutela da autarquia. Jorge Barreto Xavier considerou a ideia «valiosa para o modelo de desenvolvimento da cidade» e para a melhoria do seu poder de atração e competitividade territorial «ainda durante o meu e o seu mandato». O governante defendeu ainda que a Guarda «tem de deixar de ser espectadora do passado para ser protagonista no futuro». Nesta sessão, a Câmara distinguiu 11 personalidades, instituições e empresas que têm contribuído para o desenvolvimento do concelho. Agraciado com a Medalha de Ouro da Cidade, o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas foi o “porta-voz” dos homenageados. O general Artur Pina Monteiro, natural de Vila Fernando, declarou que «estas condecorações são um “salário moral” que não se esgota no fim do mês», partilhando-o com «todos os militares das Forças Armadas».
Por seu turno, o empresário José Luís Carrilho Agostinho de Almeida, administrador do grupo Joalto SGPS e proprietário do jornal O INTERIOR e da Rádio Altitude, entre outros projetos, foi agraciado com a Medalha Municipal de Mérito, grau prata, o mesmo reconhecimento atribuído a Manuel Jorge Proença, um dos principais responsáveis pela criação da Escola Comercial e Industrial da Guarda. A mesma distinção foi ainda entregue à Banda Filarmónica de Famalicão da Serra e à CERCIG – Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados da Guarda. A título póstumo, foram distinguidos José António Sequeira, antigo comandante dos Bombeiros Voluntários da Guarda recentemente falecido, com a Medalha Municipal de Valor e Altruísmo, grau prata, e o médico Raul Gil Saraiva com a Medalha Municipal de Mérito, grau prata. A lista dos medalhados ficou completa com as empresas Transportes Bernardo Marques, Coficab e Sodecia, que receberam a Medalha Municipal de Mérito, grau prata.
Obras na Sé da Guarda terminam este mês
As obras que estão a decorrer na Sé da Guarda, no âmbito do projeto da “Rota das Catedrais”, devem ficar concluídas ainda este mês.
Na semana passada, o secretário de Estado da Cultura anunciou que os trabalhos – que consistem na recuperação das coberturas e dos sinos, aquecimento dos bancos, limpeza e recuperação do retábulo – devem terminar «em meados de dezembro». No final da sessão solene, Jorge Barreto Xavier considerou que a intervenção em curso, orçada em 250 mil euros, vai aumentar o conforto no interior do “ex libris” da cidade: «Achamos que as obras vão ser significativas, de facto, na melhoria do conforto da utilização pela população, daqueles que vão lá por motivos religiosos, mas também para os visitantes que vão conhecer aquele património cultural magnífico, que é um ícone da Guarda», sublinhou o governante. O secretário de Estado da Cultura acrescentou que «há mais trabalho a fazer» na catedral, mas avisou que a segunda fase da intervenção «já vai depender dos fundos europeus de 2014-2020».
Ricardo Cordeiro 
