O Tribunal Constitucional vai finalmente esclarecer e em definitivo a célebre lei que estabelece limites à renovação de mandatos dos presidentes dos órgãos executivos das autarquias locais, percebendo-se assim que os autarcas, com três mandatos e (re)candidatos em outros concelhos, poderão ou não ir a votos.
Se a decisão for desfavorável, o plano B terá de ser acionado, excluindo os respetivos cabeça de lista re(candidatos) aos municípios de Alcácer do Sal, Aveiro, Beja, Castro Marim, Évora, Lisboa, Loures, Porto, Tavira e Guarda. Neste último caso estará também excluído o candidato à Junta de Freguesia da capital de distrito proposto pelo PSD, ficando a luta efetiva à segunda maior autarquia do distrito, em número de eleitores, entre José Manuel Brito e Fernando Cabral.
Centremos a nossa atenção no concelho da Guarda. Se Álvaro Amaro for excluído, Carlos Monteiro assumirá a liderança e admitindo a exclusão do movimento “A Guarda Primeiro”, haverá apenas e tão só uma luta a dois onde o Bloco de Esquerda poderá fazer a diferença. Três para cada lado e Marco Loureiro a ser o verdadeiro fiel da balança. Bonito de se ver… Na perspetiva de Amaro ser admitido a sufrágio e o movimento “A Guarda Primeiro” também, haverá seguramente dois vereadores eleitos para cada força política (“A Guarda Primeiro”, PS e PSD) ganhando a cadeira maior aquele que conseguir conquistar maior simpatia na cidade da Guarda e aí todos podem sonhar… Já com Amaro a concorrer e sem “A Guarda Primeiro”, o PS terá de olear a sua poderosa máquina e tudo poderá acontecer. Com “A Guarda Primeiro” a concorrer e com a exclusão de Amaro a luta ficará ao rubro podendo o movimento de Bento e Rodrigues ganhar dianteira.
Isto são os vários cenários e um deles será efetivamente concretizado, pese embora a maioria absoluta, de qualquer um deles, se torne numa verdadeira miragem, havendo necessidade e diálogo para a compreensão, cedência e flexibilidade, pois se assim não for a Câmara da Guarda tornar-se-á ingovernável.
Dando uma vista de olhos pelas restantes Câmaras do distrito salta à vista a aposta rosácea em algumas delas, tentando o PSD aguentar as investidas em Trancoso, Gouveia, Aguiar da Beira, Fornos de Algodres, Sabugal e Vila Nova de Foz Côa, mantendo as restantes câmaras as bandeiras das respetivas cores.
Fazendo ainda mais um exercício nestas autárquicas de 2013, verifiquemos que o PS, nas 18 capitais de distrito, onde o voto é efetivamente político, ao que parece, não consegue ganhar ao seu eterno rival qualquer câmara, podendo, inclusive, perder para o PSD e CDU Braga, Aveiro e Évora, respetivamente, pois a Câmara da capital será ganha, por mérito próprio, por António Costa. Se assim for, e tendo em conta o voto, eminentemente político, que deveria castigar este ordinário (des)governo que continua a aplicar políticas nefastas para as famílias e empresas, colocando todos na penúria, com uma liderança sem consistência nem discurso, perceber-se-á que o líder da oposição não consegue, nem de perto nem de longe, passar qualquer tipo de mensagem e assim Passos, Portas e Cª Lda. ficarão como peixinho dentro de água, tomando outro e novo fôlego para continuar a castigar Portugal e os portugueses. A concretizar-se este cenário restará ao líder do Partido Socialista saber fazer a leitura necessária e, quiçá, a única possível.
Cenários são apenas cenários. Em 29 de Setembro de 2013 será o tira teimas de todos eles, esperando apenas que os atores tenham discurso e elevação para fazer História. Oxalá alguns o consigam…
Por: Albino Bárbara