Manuel Frexes e José Manuel Biscaia deram o lugar a António Edmundo (Figueira de Castelo Rodrigo) e Amândio Melo (Belmonte) como administradores não executivos da Águas do Zêzere e Côa (AdZC). Os autarcas foram eleitos, por unanimidade, na última Assembleia-Geral da empresa multimunicipal de abastecimento e saneamento, realizada na passada sexta-feira.
Os autarcas auferem 1.500 euros por cada reunião do Conselho de Administração, que se realizam três vezes por ano. Se a saída do antigo edil de Manteigas era pacífica, dado ter perdido as últimas autárquicas, o edil do Fundão bateu ruidosamente com a porta. Manuel Frexes tem sido uma das vozes mais contestatárias do rumo que a AdZC tem levado, nomeadamente «o agravamento inaceitável das tarifas de água e saneamento» e por considerar que a empresa está «desequilibrada e técnica e juridicamente falida». Recordando que o maior accionista é o Estado, através da Águas de Portugal, o autarca tem defendido que cabe a este «equilibrar a concessão» e não aos municípios, via aumentos das tarifas. De resto, o município do Fundão recorreu ao Supremo Tribunal Administrativo (STA) para pedir a nulidade da constituição do sistema, com o argumento de que foram alterados alguns dos pressupostos que levaram à sua criação.
Em causa estava a saída da Covilhã pouco depois da criação da AdZC. «A decisão do STA veio prejudicar, não apenas o Fundão como também todo o sistema multimunicipal da Águas do Zêzere e Côa, que é hoje financeiramente insustentável», considera Manuel Frexes, que garante já ter avançado com o pedido de insolvência da empresa. O caso está no tribunal arbitral, entidade definida por contrato para resolver os litígios entre os associados da AdZC, em cuja Assembleia-Geral continua representado o município. Na reunião da última sexta-feira foi também ratificada a continuidade de João Pedro Rodrigues no cargo de presidente do Conselho de Administração, permanecendo igualmente Miguel Ferreira e José Catalão Mil Homens como vogais executivos. Os associados aprovaram ainda as contas de 2009.
