Depois de algum tempo de impasse, a Câmara da Covilhã anunciou, na última sexta-feira, que o vencedor do concurso público internacional para concessão dos transportes urbanos é a Corporación Española de Transportes. Na reunião do executivo, em que apenas participaram quatro vereadores do PSD, João Esgalhado adiantou que a nova concessão, por um período de 10 anos, deverá entrar em vigor no início do Verão, isto no caso de não haver reclamações dos restantes concorrentes.
A Transcovilhã – consórcio que opera na cidade há 35 anos e que agrega a Auto Transportes do Fundão e a Joalto, a Barraqueiro e a Rodoviária da Beira Interior foram as outras empresas que participaram no concurso público ganho pela empresa espanhola que explora o sistema de transportes públicos de Vila Real desde 2006. No final da reunião, o vice-presidente da autarquia explicou que, «no máximo em Junho», a nova concessão estará «a trabalhar em pleno», referindo que o processo está agora «essencialmente dependente» do visto do Tribunal de Contas. No entanto, ressalva que por se tratar de um concurso com «concorrentes diversos» poderá haver um «que levante algum problema administrativo que possa criar alguma complexidade adicional». De resto, o autarca espera que, com uma «nova empresa, novos equipamentos e novos veículos», seja possível «eliminar, a pouco e pouco, algumas das queixas que vinham sendo apresentadas pelos utilizadores», no âmbito de uma «concorrência saudável que o mercado oferece».
João Esgalhado salientou ainda que no novo contrato está previsto um período «probatório» que a empresa vencedora pretende usar para «transmitir aos utentes as novas condições da concessão», uma vez que «há alterações importantes que serão de sentido favorável para os utilizadores», considerou. O vice-presidente do município acrescentou que haverá «muito maior frequência na circulação de autocarros» e a possibilidade de, com o mesmo bilhete, o passageiro poder fazer percursos «muito mais diversificados do que os permitidos no passado». De resto, os transportes «passam a ser ascendentes e descendentes no mesmo percurso», reforçou, sublinhando que os veículos são «muito mais modernos», para além do acesso ser «muito mais simplificado», porque os autocarros têm «cabine rebaixada e acesso garantido a deficientes com cadeiras de rodas». Por outro lado, trata-se de veículos «muito menos poluentes e ruidosos», pelo que a Câmara acredita que a nova concessão «venha a corresponder às expectativas da população», declarou. Contactado por O INTERIOR, António Pião, administrador da Auto Transportes do Fundão, adiantou que, «por enquanto», a empresa não tem comentários a fazer sobre o resultado do concurso.
Ricardo Cordeiro
