O Inatel da Guarda poderá perder a sua autonomia. Com um processo de reestruturação em curso, o Instituto Nacional para o Aproveitamento dos Tempos Livres é agora uma fundação e grande parte das delegações distritais vão perder a figura do delegado. A alternativa é uma estrutura intermédia de nível regional, à semelhança do que sucedeu, por exemplo, com o Instituto Português da Juventude (IPJ).
Esta é, ao que tudo indica, a preferência do Conselho de Administração presidido por Vítor Ramalho. Segundo Mário Sucena, que cessou funções de delegado distrital no último dia de 2008, a delegação está «em gestão corrente» e até os cheques para pagamentos têm de ser assinados pelo secretariado-geral da Fundação Inatel, em Lisboa. Uma situação comum às restantes delegações do país, como a da Covilhã, de onde saiu Bernardino Gata. «Neste momento, a delegação da Guarda do Inatel está órfã e em gestão corrente», refere Mário Sucena. Há algumas semanas, o delegado cessante terá sido notificado pelo Conselho de Administração de que, até 31 de Dezembro, alguém seria incumbido da gestão, mas até ao momento não há qualquer novidade. Quanto ao mapa regional a adoptar, O INTERIOR sabe que uma das hipóteses em cima da mesa será a circunscrição espacial da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Centro, no caso da Guarda.
Esta é apenas uma hipótese, não havendo ainda indicações quanto ao local escolhido para a futura sede dessa estrutura intermédia. Contudo, nada indica que a Guarda venha a ser a escolhida. Na hora da despedida, Mário Sucena diz-se «céptico» face às implicações que estas novidades podem assumir «a nível estratégico, orgânico e funcional da instituição». Primeiro, por os delegados distritais terem sido solicitados a darem um parecer sobre esta ideia, mas sem qualquer concretização, o que leva o ex-responsável a acreditar que «a direcção nacional ainda não tem as ideias definidas». Depois, porque «não é alguém que está em Coimbra, em Viseu ou em Leiria que vai interessar-se particularmente pelas coisas da Guarda. Temo que não havendo delegados locais, as delegações fiquem resumidas às actividades correntes», vaticina.
Uma posição sustentada no seu mandato: «Nos últimos quatro anos e meio houve uma actividade muito mais intensa, houve obras estruturais no pavilhão e a escola de parapente em Linhares foi reactivada. A Guarda é a única delegação com página própria oficial na Internet, houve várias finais nacionais que foram disputadas no distrito e tudo isso é também por actividade do delegado», exemplifica. Esta posição já foi transmitida verbalmente à direcção de Vítor Ramalho, ao qual será remetido, em breve, um documento com estas informações. Quanto a uma eventual continuidade nas estruturas da Fundação Inatel, Mário Sucena diz que a decisão «passa pela postura do Inatel» relativamente às alterações em curso e às que se avizinham.
Igor de Sousa Costa
