Falhou, no último sábado, uma tentativa de acordo entre a Liga dos Servos de Jesus e a freira que reclama cerca de 120 mil euros em tribunal por ter sido expulsa sem justificação.
Maria de Fátima Diogo, de 53 anos, encontrou-se com o Bispo da Guarda, D. Manuel Felício, de quem só terá conseguido uma declaração de intenções: «A minha constituinte ficou a saber que as suas necessidades seriam garantidas até ao fim da vida, mas não houve propostas em concreto», disse o advogado oficioso da queixosa. Segundo Martins da Fonseca, «uma das partes não manifestou a intenção concreta de chegar a acordo, pelo que o julgamento prossegue. Não temos outra alternativa», acrescentou. A próxima sessão está agendada para 17 de Julho. Na manhã de sábado, Maria de Fátima Diogo entregou ao Bispo uma lista do que julga necessário acautelar até ao fim da sua vida, nomeadamente em termos de saúde, habitação, emprego ou apoio financeiro no caso de deixar de trabalhar – é, actualmente, assistente de acção educativa no quadro da Câmara da Guarda –, mas a resposta não lhe agradou.
«D. Manuel nem sequer analisou a sua exposição de factos concretos, repetiu apenas que seria ajudada e que nada lhe faltaria», acrescenta o causídico. Ninguém na Diocese esteve disponível para prestar declarações sobre este encontro. Numa das últimas sessões do julgamento, que está a decorrer no Tribunal da Guarda, a irmã Felicidade, actual responsável pelo Colégio da Cerdeira, de onde foi expulsa Maria de Fátima, afirmou que esta tinha sido expulsa por gerar conflitos na instituição, abusar do telefone e frequentar o café da aldeia. «A Fátima não se adequava muito bem aos nossos parâmetros, havia algum mal-estar por causa do seu comportamento, além de dizer mal da Liga», disse, revelando que foi «chamada à atenção várias vezes».