A lista I investiu nas camisolas. Pretas, com relevos, letras de cores vivas a contrastar, transformou até aquele slogan conhecido metendo-lhe uns iii pelo meio: “ip, ip, irra!”. A lista M investiu nas mini-saias. Todas as raparigas da lista vieram em todas os dias da campanhas com mini-saias de 20 cm. Os rapazes vieram de kilt escocês. Houve cenas maradas, ai houve, houve. A lista H aproveitou-se da ignorância dos portugueses sobre as palavras com h e toca de errar em todas as palavras que tinham h. Foram ao todo 214 no documento de apresentação. A lista B, de beijo, pôs as meninas a dar beijos e conseguiu logo com o efeito surpresa umas boas dezenas de votos à entrada do portão. A lista S, de saídas, prometeu um “kit saídas” para resolver os problemas quando os funcionários não deixassem sair da escola junto ao portão. No dia da eleição planeiam já uma saída à noite. E vivam as nossas cinco listas para a Associação de Estudantes! (EXPRESSÃO, Janeiro 08)
O corredor dos bichos estava a sofrer uma completa revolução para o Baile de Finalistas. As vitrines lá iam uma a uma para o corredor perpendicular a aguardar a passagem da Festa. Faltava a última, a que tinha cobras. O Sr. Manuel, ao olhar para o frasco com a cobra do Nilo, quase tremeu ao vê-la mexer e empinar-se no frasco. Mas logo parou. Olhou outra vez e ela estava bem quieta. Seria um mau prenúncio, uma ameaça por andarem ali a sacudir o sossego das pobrezinhas? Mas a vitrine lá saiu. No dia do Baile, no momento da entrega dos diplomas, a última rapariga a receber o diploma viu de repente sair do canudo do diploma uma autêntica cobra do Nilo que se lhe agarrou ao pescoço. Felizmente a cobra assustou-se com o alarido das pessoas à volta e escapuliu-se. Estava o baile estragado. No meio daquela agitação, toda a gente ouviu perfeitamente, vinda do corredor perpendicular, uma estrondosa gargalhada. (EXPRESSÃO, Março 08)
Os alunos iam chegando à sala da S.O.P.A. (vulgo substituições) expulsos da sala de aula X. Primeiro foram o Fábio e Armanda por se terem chamado de parvalhões um ao outro, depois a Justina e a Marina por estarem a consultar o telemóvel, em seguida o Zeca e o Paco por terem os phones demasiado próximos do ouvido, quase a seguir a Carlinha forçou a expulsão levantando-se sem licença e o Luís disse que não havia direito de ir tanta gente para a rua. Depois de toda esta gente ter preenchido os formulários, os oito perturbadores começaram a perturbar a sala da S.O.P.A. Pôs-se então um problema que ninguém soube resolver: se os alunos se portarem mal aqui, para onde é que são expulsos? (EXPRESSÃO, Maio 08)
