A empresa de confecções instalada na antiga cooperativa de frutas de Pinhel fechou, no final da semana passada, 10 meses após ter aberto as portas, deixando cerca de 60 mulheres no desemprego. A grande maioria eram antigas funcionárias da multinacional de calçado Rohde, que encerrou a sua unidade na “cidade-falcão” em Abril de 2006.
A instalação da fábrica “Ana e Raquel”, cuja casa-mãe labora em Vila Franca das Naves (Trancoso), só foi possível graças à cedência, a título gratuito, de parte daquelas instalações pelo empresário António Baraças. Segundo uma das trabalhadoras, contactada por O INTERIOR, a administração terá justificado o fecho com o prejuízo causado por um incêndio que destruiu as instalações e equipamentos, um mês após a abertura, havendo actualmente «alguns salários em atraso». Apesar disso, António Baraças disse ter ficado «surpreendido e desiludido com este desfecho, pois o que tinha sido acordado com o dono da empresa era que laborasse, pelo menos, oito anos em Pinhel. Lamento que o projecto não tenha vingado, apesar dos apoios que teve».
Quem já previa este desfecho «desagradável» era o autarca local. «Há alguns meses atrás, o dono da confecção veio pedir ajuda à Câmara para assegurar a continuidade da fábrica. Na altura foram-lhe solicitadas algumas garantias para que a Câmara pudesse disponibilizar apoios financeiros, mas ele nunca as apresentou», adiantou António Ruas. Na última sexta-feira, as trabalhadoras começaram a contactar o Centro de Emprego de Pinhel para reactivar o subsídio de desemprego que tinham suspendido quando foram contratadas para a “Ana e Raquel”. Mas as alternativas de trabalho rareiam naquela zona do distrito da Guarda. «Não vai ser fácil arranjar-lhes emprego, porque o nosso mercado de trabalho é pouco dinâmico», referiu Américo Paulino, director daquele serviço, em declarações à Rádio F.