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Segundo um estudo da Direcção Geral de Automóveis, Telemóveis e Outros Móveis as principais cidades portuguesas têm sérios problemas de trânsito. Este estudo, iniciado há dois anos e meio, foi feito com a seriedade devida a um trabalho desta natureza. Primeiro foi constituído um grupo de trabalho constituído pelo director geral, por um chefe de divisão e um parceiro de golfe para avaliar as melhores propostas para desenvolver o projecto. Após 5 meses, foi escolhido o projecto que apresentou melhores argumentos. Por exemplo, a presença do director geral num simpósio sobre a importância dos climas mediterrânicos na prevenção rodoviária, a realizar no Dubai foi considerado um trunfo decisivo na atribuição do estudo. A segunda fase, iniciada precisamente numa das três semanas que durou o tal simpósio, consistiu em escolher pessoal administrativo competente, fossem modelos fotográficos ou, para que se perceba a exigência das tarefas, a miss Praia de Carcavelos 2004.

Após reunir todas as condições de trabalho, o grupo decidiu observar in loco as melhores práticas estrangeiras. Para isso, instalou-se num resort de Cabo Verde durante 45 dias e numa ilha do Brasil durante mais 60. Louve-se a abnegação destas pessoas, que se sujeitaram a condições de vária ordem em nome do conhecimento e do desenvolvimento territorial.

Regressados a Portugal – após participarem num simpósio em Xangai – reuniram com as autoridades nacionais, regionais e municipais para traçarem um esboço das realidades rodoviárias do Portugal contemporâneo. Após meses de audições em reservas de caça, o grupo de estudo encontrou-se a semana passada para deliberar os principais problemas do tráfego metropolitano em Portugal.

A principal conclusão deste aprofundado estudo é que as nossas cidades têm graves problemas de engarrafamentos porque há demasiados carros nas ruas. São referidos também limitações espaciais – por exemplo, os prédios, apenas porque vive lá gente, são um sério entrave à possibilidade de alargar as ruas para podermos mais facilmente circular com os nossos carros. O que é um contra-senso já que passamos mais tempo no carro do que em casa. Ao alargar as ruas, também chegaríamos mais cedo ao trabalho, mas teríamos de trabalhar à chuva porque o escritório tinha sido demolido para alargar uma avenida. Nesse caso, seria preferível ficar retido no trânsito. Dilemas da modernidade.

O estudo sugere algumas alternativas interessantes. Primeiro aconselha os portugueses a seguir o exemplo do director geral: que deixem o carro em casa e façam o trajecto para o emprego com o motorista. Evitam problemas de estacionamento e de stress ligado às horas que passam ao volante. A segunda proposta estabelece um princípio . a terceira alternativa é fazer um benchmarking das práticas internacionais observadas: transformar todo o território de Portugal num resort turístico. Acaba-se a lufa-lufa quotidiana, as graves depressões da população e resolve-se a complicação do trânsito. Embora criasse uma situação problemática com o desemprego de milhares de repórteres do trânsito das rádios e televisões, podiam facilmente ser reconvertidos em motoristas dos turistas.

Por: Nuno Amaral Jerónimo

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