A Câmara de Manteigas subscreve a moção que a Assembleia Municipal aprovou, na última reunião, contra o fim do internamento no Centro de Saúde local. «Havendo condições, pessoal e necessidade não podemos deixar que o município seja mais uma vez penalizado, pelo que é exigível a continuação daquela valência até que outra alternativa melhor seja implantada no terreno», reclamam os eleitos.
O Centro de Saúde reabriu no passado dia 21, após obras de remodelação do velho edifício. Contudo, a melhoria das condições físicas sacrificou o internamento, de acordo com o programa funcional definido para as novas instalações pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro. Em compensação, a unidade vai implementar um serviço domiciliário de cuidados continuados, enquanto as oito camas disponíveis ficam reservadas para internamentos de curtíssima duração, até 24 horas. Uma mudança que não agrada aos deputados municipais e ao executivo manteiguense, para quem é «incontestável» a necessidade daquele serviço nos moldes em que funcionou até há pouco tempo.
«A programada existência de camas no Centro de Saúde teve obrigatoriamente na sua génese a necessidade de receber e tratar internados. O quadro de pessoal e as infraestruturas sustentaram-se certamente no diagnóstico desta necessidade concreta de internamento. Pelo que não se percebe que deixe de haver internamento em Manteigas», explicita José Manuel Biscaia. Para o presidente do município, esta situação «não é aceitável» num concelho cujas características demográficas são, «por demais conhecidas», mas também devido à distância que separa a vila das unidades da Guarda, que está «a mais de uma hora de viagem e sem transportes sociais adequados». No entanto, está a ser negociada com a Santa Casa da Misericórdia a abertura de uma Unidade de Cuidados de Longa Duração, no âmbito da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, que poderá beneficiar cerca de quatro mil utentes. A moção, que vai ser enviada ao primeiro-ministro e ministra da Saúde, entre outras entidades, foi aprovada por maioria com o voto contra do vereador socialista Esmeraldo Carvalhinho, justificado por uma declaração.