Os comerciantes do centro histórico da Guarda reclamam mais policiamento para lutar contra o vandalismo, mas também apontam a instalação de câmaras de vigilância e o reforço da iluminação pública como «soluções a considerar» naquela zona antiga e degradada da cidade.
Estas são as principais conclusões de um estudo promovido pela Associação Comercial, no qual 84 por cento dos 83 comerciantes inquiridos afirmaram terem conhecimento de situações desta natureza. Aliás, 74 por cento afirmam mesmo que, por mês, têm lugar entre um e três casos, ao passo que 16 por cento garantem que ocorrem mais de seis. Por outro lado, 10 por cento dos lojistas entrevistados referiram haver, em média, quatro a seis situações de vandalismo por mês. Segundo o inquérito, levado a efeito em Dezembro do ano passado, 76 por cento acredita que os comportamentos de vandalismo nesta zona da cidade estão a aumentar, enquanto 20 por cento consideram-nos estáveis. Só quatro por cento admite que estarão a diminuir. Quanto à tipologia de ocorrências identificadas, foram referidas a vandalização dos caixotes do lixo (71,4 por cento), o tráfico e consumo de droga e as montras partidas (ambos com 64,3), os furtos (58,6), os desacatos (55,7) e as viaturas assaltadas/danificadas (52,9). Lixo no chão, montras partidas, ruído e abusos de trânsito e estacionamento foram outras das queixas.
A ACG também procurou saber em que alturas se registaram a maioria das ocorrências, tendo os inquiridos respondido no mês de Agosto (22,86 por cento), seguindo-se Setembro e Outubro (8,57 cada um). Já os dias da semana em que ocorrem mais situações serão a quinta-feira (34,29 por cento), o sábado (18,57) e a sexta-feira (12,86). Quanto a horários, verifica-se que 77 por cento dos problemas ocorreram durante a noite, com destaque para o período 2-4 horas da manhã. A ACG também quis conhecer as soluções preconizadas pelos comerciantes inquiridos, metade dos quais pediu o reforço do policiamento, bem com a instalação de sistemas de vigilância nas ruas e melhor iluminação. Este estudo resulta dos «inúmeros relatos e reclamações» de vandalismo que os comerciantes têm feito chegar à associação. «Após termos solicitado uma reunião com o comando da PSP da Guarda, decidimos avançar com um levantamento de dados porta a porta, no início do mês de Dezembro, com vista a melhor esclarecer a questão junto das entidades com responsabilidade nesta matéria», refere a ACG.
«Na maior parte das vezes, os cidadãos não apresentam as suas participações nas entidades competentes, por isso sabe-se que as estatísticas da PSP não expressam com a exactidão necessária os níveis de insegurança que se vive no centro histórico», alerta a Comercial. As causas apontadas vão desde a desertificação habitacional, ao envelhecimento da população, à degradação dos imóveis, à falta de estacionamento, à pouca funcionalidade do espaço urbano e ao encerramento de muitas lojas. Tudo isto, acredita a ACG, gerará «fenómenos de delinquência».
Rosa Ramos