Arquivo

Museu sem espólio entregue à Diocese da Guarda

Novo espaço dedicado à Arte Sacra aguarda conclusão do processo de inventariação

Apesar de ter sido formalmente entregue pela Câmara à Diocese no último sábado, o Museu de Arte Sacra da Guarda continua sem ter qualquer espólio para mostrar. É que o processo de inventariação, que está a ser efectuado há alguns meses, ainda não está concluído. Já o presidente da autarquia acredita que o novo espaço museológico, sobre o qual o município não terá quaisquer direitos, poderá atrair mais turistas à cidade.

No final da cerimónia da entrega das “chaves” do edifício à Diocese, D. Manuel Felício, Bispo da Guarda, foi evasivo quanto às datas de abertura ao público e à disponibilização do espólio: «A partir de hoje está aberto. O espólio vai começar a vir, amanhã ou depois já cá estará», disse. Antes, no seu discurso, sublinhou que o museu pretende ser um «livro aberto» sobre o «valiosíssimo património» de arte sacra da Diocese. O prelado realçou ainda que «não partimos do zero» e que a inventariação do património religioso nas várias paróquias está concluído ou em curso. Mas enquanto esse trabalho não estiver totalmente finalizado, D. Manuel adianta que o museu poderá receber exposições temporárias: «Durante o processo de inventariação, que já está no terreno há alguns meses, à medida que os trabalhos terminem em cada arciprestado podemos ter aqui uma mostra dos valores artísticos inventariados», anunciou.

Da parte da Câmara, Joaquim Valente considerou que, quando for aberto ao público, o novo museu, localizado na capela do antigo seminário, junto ao Paço da Cultura, será «mais um motivo para trazer turistas» à Guarda. Os trabalhos de reconversão, da responsabilidade da autarquia, custaram cerca de 600 mil euros, tendo sido financiados em 75 por cento pelo Programa Operacional da região Centro. No entanto, o edil afirmou que este investimento «não é significativo», pois o edifício estava «perfeitamente degradado» e constituía uma «charneira por tratar» num quarteirão que está agora «consolidado e ao serviço da população da Guarda». O autarca acrescentou ainda que a Diocese está empenhada em abrir «rapidamente» o espaço ao público: «A partir de hoje, o edifício está entregue e em boas mãos. Tanto quanto sei, a Diocese tem preparado o património e a arte inventariada e, seguramente, a partir de hoje, irá desenvolver de forma mais célere as exposições que pretende fazer neste espaço». Valente esclareceu também que o edifício «é e sempre foi da Diocese», pelo que a Câmara «não tem qualquer direito» sobre o mesmo.

Ricardo Cordeiro

Sobre o autor

Leave a Reply