Miguel Cadilhe, Daniel Bessa e Arlindo Cunha são os principais oradores do Congresso da Interioridade, que vai decorrer na Guarda a 19 de Abril. A iniciativa é da distrital do PSD, mas é aberta a todos os quadrantes político-partidários e instituições, que serão expressamente convidados a participar.
O objectivo é criar «uma plataforma de sensibilização dos poderes políticos» para que as políticas de desenvolvimento regional «possam sobreviver às mudanças da gestão política do país e perdurar como objectivos da nação», anunciou Álvaro Amaro, na passada sexta-feira. Em conferência de imprensa, o líder da distrital social-democrata admitiu que o país vive uma situação «desesperante de desequilíbrio», mas reconheceu que o conceito de interioridade está «mal definido». Contudo, alertou para o facto de «uma grande faixa do território português poder deixar de existir, em termos populacionais, daqui a três ou quatro gerações». Perspectiva que, na sua opinião, deve levar os políticos a pensar em fazer «as contas ao despovoamento». Nesse sentido, Álvaro Amaro assume como a «sua cruzada» convencer os responsáveis pela administração do Estado «a proporcionarem condições iguais às do litoral aos jovens que se queiram fixar no interior».
Para o também presidente da Câmara de Gouveia, o ideal seria mesmo conceder um «tratamento diferente» em termos de IRC para as empresas virem para esta zona do país. «São necessárias medidas arrojadas», reclama, sem adiantar quais. Mas promete que, «se mais ninguém o fizer, eu apresentarei algumas sugestões no dia 19». Até porque acredita que este é o momento certo para reivindicar «igualdade de tratamento e de oportunidades» para o interior do país. «Hoje há uma sensibilidade no país que não existia há 20 anos atrás e, infelizmente, também uma certeza cada vez mais próxima: dois terços do território estará votado ao abandono daqui a umas décadas», alerta. A sustentar esta ideia estão os números: «O distrito da Guarda perdeu 25 mil habitantes entre os últimos dois censos», recorda, desejando que o congresso seja «marcante para o interior». A iniciativa, agendada para o auditório dos serviços centrais do IPG, inclui ainda uma intervenção de Constantino Rei e será encerrada por Luís Filipe Menezes, presidente do PSD.