Depois de tudo o que se noticiou e interpretou sobre o caso do evento de Carnaval na última semana, os responsáveis do projecto “Todos à Roda” esclarecem o seguinte:
(…) Em 2007 – por nossa exclusiva iniciativa, sem qualquer desafio, convite ou encomenda da Câmara Municipal da Guarda (CMG) – lançámos mãos ao processo de produção do “Enterro do Entrudo”.
Propusemos e conseguimos – com erros identificados com o contributo de todos – um evento sociocultural (…) capaz de projectar a Guarda como destino turístico no período de Carnaval.
(…) O “Todos à Roda” orgulha-se do que fez pela cidade e concelho, num processo de participação onde todos foram importantes, do princípio ao fim. (…) Ganhámos todos, ganhou a Guarda. Ficou no ar um bom desafio na agenda da CMG. Foi reconhecido que se tratava de um evento a entrar nas prioridades estratégicas de promoção sociocultural e turística da Guarda em 2008.
Em 2008, (…) estruturámos novas ideias e possibilidades. Esperámos por um sinal, uma intenção, um desafio, uma vontade, uma posição clara: O que pretendia fazer a Câmara em redor de um evento que reclamou publicamente para si e para a Guarda? Na prática, foi preciso chegar até Dezembro de 2007 para sabermos, publicamente, que, afinal, a Câmara estava interessada em fazer o evento. Só depois do “Todos à Roda” enviar uma proposta, a 5 de Novembro, para a sua realização.
A CMG demorou quase mês e meio para responder. E nunca nos solicitou qualquer elemento adicional, como o guião do espectáculo, justificação de formato ou orçamentação detalhada. Fomos nós a insistir para obter uma resposta, (…), uma reunião que só viria a acontecer, pela primeira vez com o Sr. Vice-Presidente, a 11 de Dezembro. Contrariamente ao que se disse, não existiram «várias negociações durante o mês de Novembro…».
Este atraso numa resposta da Câmara condicionou o desenvolvimento do processo em tempo útil, o que nos levou a apresentar uma segunda proposta de fazer o Entrudo em Famalicão da Serra, enviada a 14 de Dezembro e negada verbalmente a 21. Informámos a CMG, a 8 de Janeiro, de que faríamos a tradição do “Enterro do Entrudo” em Famalicão da Serra, na noite de 4 de Fevereiro, mesmo sem apoio.
O “Todos à Roda” convidou as colectividades com as quais trabalhou o ano passado. Só que estas foram convidadas a 9 de Janeiro, pela CMG, para outro espectáculo a realizar na mesma noite na Guarda. O “Todos à Roda” (…) não quer ficar com o ónus de ter contribuído para a divisão do movimento associativo, nem vir a ser responsabilizado por eventuais impactos negativos nas relações institucionais que todas têm com a CMG.
Em suma, lamentamos a situação gerada sobre uma proposta para a realização de um simples evento. A ênfase proclamada à volta do montante não fazia sentido, porquanto a questão fundamental estava no tempo de espera da resposta da Câmara.
Os responsáveis do “Todos à Roda” não pretendem o exclusivo do evento. No entanto, é bom lembrar (…) que foram eles que tomaram a iniciativa de proporem e realizarem o “Enterro do Entrudo” e com uma particularidade, para nós, fundamental: a dinamização descentralizada do associativismo com a participação das colectividades no processo da preparação e criação do evento, abrindo um espaço para todos os amadores criarem algo em conjunto.
(…) Teria sido mais claro se o interlocutor da Câmara, o Sr. Vereador da Cultura, informasse simplesmente os responsáveis do “Todos à Roda” de que este ano a autarquia iria encomendar o evento a outra estrutura – no caso, à empresa municipal Culturguarda – pelos motivos anteriormente expostos, impedindo a sobreposição de dois eventos. Que sejam dois bons momentos de engrandecimento das nossas gentes e da nossa força colectiva.
Projecto “Todos à Roda”, Guarda