Um grande grupo holandês de produção de eventos culturais é o primeiro a reservar espaço na área logística da PLIE. Segundo apurou O INTERIOR, a empresa já terá sinalizado a aquisição de cinco lotes de terreno e está pronta a instalar-se na Guarda. O objectivo é fazer da cidade o seu centro operacional para Portugal e metade da vizinha Espanha, incluindo a região de Madrid.
O nome da sociedade é um segredo bem guardado, mas deverá ser divulgado na próxima reunião do Conselho de Administração da Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial, a par de outros potenciais interessados. De resto, Joaquim Valente revelou na última reunião de Câmara ter «contratos-promessa» com algumas empresas, sublinhando que este é um «momento importante» para a PLIE. Mas nada adiantou quanto a nomes de empresas promotoras, áreas de actividade ou intenções de investimento, acrescentando apenas que se trata de projectos nacionais e europeus, «tanto para a área de logística, como para a área industrial». O que é certo é que o autarca conta com o envolvimento do Governo na captação de investidores, nomeadamente do Ministério da Economia. Nesse sentido, um dos “trunfos” do presidente da Câmara, que é também presidente do Conselho de Administração da sociedade PLIE, resultará desse empenho governamental.
Entretanto, na semana passada, o executivo deliberou contrair um empréstimo de longo prazo de 1,3 milhões de euros para co-financiar os trabalhos de infraestruturação da zona 2 da Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial (PLIE) da Guarda, actualmente em fase de conclusão e adjudicados por 3,4 milhões. «As obras estão candidatadas ao INTERREG, mas o regulamento deste programa comunitário não é justo, pois obriga-nos a pagar tudo primeiro para receber depois a comparticipação de 75 por cento», explicou Joaquim Valente, admitindo que a situação causa «constrangimentos graves» de tesouraria ao município. Contudo, o edil guardense sublinhou que este empréstimo é «determinante para concluir a empreitada» e adiantou que a Câmara da Guarda já pode contrair empréstimos de longo prazo, porque, em 2007, reduziu a dívida em cinco milhões de euros.
Actualmente, e segundo Joaquim Valente, a dívida total ronda os 40 milhões de euros. «Pelos nossos dados de tesouraria, consideramos que há condições para se fazer este empréstimo. Mas se o Tribunal de Contas entender o contrário e chumbar o pedido, teremos que encontrar outros meios de receitas, nomeadamente através da venda de património», afirmou. A oposição social-democrata votou favoravelmente o empréstimo, não sem antes abordar, mais uma vez, os atrasos que o projecto da plataforma logística tem sofrido. Ana Manso perguntou para quando a instalação de empresas e Joaquim Valente respondeu como tem feito ultimamente: «Há vários compromissos de empresas, só falta é que se concretizem», disse.
Luis Martins