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Centro Hospitalar da Cova da Beira continua a reduzir défice

Director do Pêro da Covilhã diz ter «orgulho» na capacidade de atracção de médicos internos

O Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB) reduziu o seu défice para cerca de quatro milhões de euros em 2007, perto de 50 por cento do valor do ano anterior e inferior ao de 2000. O anúncio foi feito na semana passada pelo presidente do Conselho de Administração (CA), João Casteleiro, durante as comemorações do oitavo aniversário da instituição.

O director considerou 2007 um ano «decisivo e importante» para o CHCB, apesar de ter sido «polémico» em termos de reorganização do sector. «Com racionalização, estratégia e limitações conseguimos baixar o nosso défice sem perdermos qualidade no atendimento», garantiu. «Começámos com 12 milhões de défice. Temos tido reduções na ordem dos 50 por cento nos dois últimos anos e, neste momento, situa-se entre três e quatro milhões, com a ressalva de que as contas de 2007 ainda não estão fechadas», adiantou João Casteleiro, à margem da cerimónia. Contudo, uma das ambições para 2008 continua a ser a «consolidação da redução do défice», bem como a renovação de alguns equipamentos, que «começam a dar mostras de desgaste ao fim de oito anos». De resto, em 2007 já foi substituída a Tomografia Axial Computadorizada (TAC). Por outro lado, o director do Pêro da Covilhã anunciou que a unidade está a trabalhar na sua acreditação global depois de, no ano passado, ter garantido a certificação dos serviços de Anatomia Patológica, Imunohemoterapia e Patologia Clínica.

Entretanto, a última segunda-feira foi o primeiro dia de trabalho, em várias especialidades, de 14 médicos internos saídos da Faculdade de Medicina da Universidade da Beira Interior. «Havia muitos mais interessados, só que isso não depende de nós, mas da Comissão dos Internatos Médicos, que decide a distribuição pelos hospitais», refere João Casteleiro. Mesmo assim, o CHCB tem mais quatro internos que os 10 inicialmente solicitados. «A Administração Regional de Saúde pediu-nos para recebermos 14, porque o número de médicos que queriam vir para a Covilhã era muito elevado», algo que enche de «orgulho» o presidente do CA. «É completamente ao contrário do que sucedia antigamente», recordou. Nesse sentido, o responsável revelou que o número de médicos aumentou «quase para o dobro» nos últimos anos, sendo actualmente cerca de 150. Em 2007 registou-se ainda um aumento do número de consultas (120 mil), enquanto as Urgências baixaram para 114 mil contra as 125 mil de 2005.

Farmácia recebeu prémio Hospital do Futuro

Durante a cerimónia foi também apresentado o funcionamento da farmácia hospitalar. Tratou-se de uma espécie de “tributo” aos Serviços Farmacêuticos da unidade, galardoados com o Prémio Hospital do Futuro 2006/2007. A distinção contemplou o projecto de automatização e de novas tecnologias de distribuição da Farmácia Hospitalar do CHCB. Sobre a prescrição médica electrónica, a directora dos Serviços Farmacêuticos salienta que uma das suas vantagens é a «eliminação do papel», um sistema que começou a ser implementado em Junho de 2005 e já foi alargado a todos os serviços do hospital. «Há sete ou oito anos atrás, quando o médico prescrevia em papel, a farmácia tinha que introduzir as prescrições para poder gerar o seu trabalho no dia-a-dia. Agora, é tudo feito electronicamente, com interface entre os diferentes softwares», explica Maria Olívia Fonseca. O sistema de gestão integrado do circuito do medicamento «vai desde a aquisição até à facturação, passando pela validação farmacêutica e prescrição médica», acrescenta. No futuro, adianta que será implementada a «leitura óptica para o sistema de distribuição tradicional e para a transferência de medicamentos entre armazéns». Será também implementado um sistema de distribuição informatizado para as Urgências, «através de armários informáticos que farão depois interface com a prescrição médica feita no Alert», salienta. Também João Casteleiro enalteceu as vantagens da prescrição on line: «Parece uma coisa muito simples, mas poucos hospitais a têm, além de permitir saber logo na prescrição quanto gastou o doente», afirmou.

Ricardo Cordeiro

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