A Assembleia-Geral da sociedade Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial (PLIE) da Guarda aprovou, na sexta-feira, por unanimidade, o aumento do capital social e o preço do metro quadrado dos lotes. «É um passo de gigante na implementação do projecto», considerou Joaquim Valente, no final da reunião. A partir de agora, já não há desculpas.
Os accionistas concordaram com as propostas do Conselho de Administração (CA), a que preside o autarca local, segundo as quais o metro quadrado da área logística vai custar 25 euros, metade do preço a que será negociado o espaço para a instalação de restaurantes, bancos e outros serviços, como O INTERIOR noticiou, em primeira mão, na edição de 29 de Novembro. «Já a área industrial será gerida pela Câmara, porque o município tem que ter terrenos disponíveis para corresponder às solicitações dos empresários que tragam valor acrescentado em termos económicos e de criação de postos de trabalho para a Guarda», esclareceu o autarca, adiantando haver já «negociações avançadas» em diversos sectores de actividade. Mas estes valores serão flexíveis: «A redução do preço do metro quadrado pode ser um incentivo à fixação de projectos com determinadas características e mais-valias em termos de emprego e de sector», afirmou Joaquim Valente, que promete «via verde» no encaminhamento e tratamento destas iniciativas.
Quanto ao capital social, passará dos actuais 50 mil euros para pouco mais de 1,4 milhões de euros. Contudo, alguns accionistas fundadores, como a Mota Engil e o grupo Luís Simões, não vão subscrever esse aumento. Um pormenor desvalorizado pelo presidente do CA: «Isso não é relevante, o que importa é o aumento», insistiu. De resto, José Luís de Almeida, do grupo Joalto, deixou claro que a sua empresa está disponível para aumentar a sua participação. Já Leonel Simões, administrador da empresa de logística, esclareceu que o grupo continua interessado na PLIE: «Acreditamos no projecto e na sua importância, pelo que não tencionamos vender a nossa posição», adiantou. Mas o responsável ressalvou que a Luís Simões só avançará para a Guarda depois de ver quem são os potenciais clientes que se instalam na plataforma. «Estaremos onde houver negócio e valor acrescentado», garantiu, lamentando que o empreendimento tivesse demorado «estes anos todos». Menos falador foi o representante da Mota Engil, que recusou falar com os jornalistas.
Quem vai subscrever o aumento de capital é a Sociedade Geral, que sucedeu ao extinto IPE. O seu representante na PLIE reconheceu a importância do momento. «Há agora condições para encontrar um “staff” executivo cuja missão é trabalhar no mercado e procurar potenciais clientes para se instalarem aqui a curto-prazo», disse Arlindo Carvalho. O ex-ministro de Cavaco Silva destacou também o facto dos accionistas de base regional terem reforçado a sua posição na PLIE. «Isso é sinal de que acreditam no projecto», acrescentou. Segundo Joaquim Valente, neste momento a sociedade já está em condições de fazer as escrituras dos lotes e, em Janeiro, deverá anunciar a estrutura executiva. Os próximos passos vão passar também pela definição de um plano de acção para a construção de área coberta, «porque há alguma procura para arrendamento», justificou. O que o presidente ainda não pôde dizer foi quando se instala a primeira empresa.
Os números:
126 hectares é a área da Plataforma Logística e da nova zona industrial da Guarda.
196 lotes disponíveis num projecto que integra a Rede Nacional de Plataformas Logísticas.
34 milhões de euros é o valor do investimento previsto na Quinta dos Coviais, na encruzilhada da A25 e A23.
Luis Martins