A poucos dias do Natal, D. Manuel Felício proferiu a habitual mensagem alusiva à época. Durante a sua intervenção, na segunda-feira, o prelado mostrou-se preocupado com o problema da desertificação do interior do país, que classificou como «drama alarmante».
O Bispo da Guarda acredita que o fenómeno está a pôr em risco «a sobrevivência de muitas das nossas aldeias e obriga as populações locais a deixar as suas terras». D. Manuel defendeu que este é um drama «que todo o país precisa de sentir como seu» e referiu, por outro lado, que a palavra do Menino de Belém, nesta quadra, «é também para que os políticos e outros responsáveis pela vida pública assumam a coragem de construir um futuro equilibrado para todo o país, de tal maneira que sejamos um país e uma nação onde todos têm vez e voz». D. Manuel apelou ainda à necessidade de se «assumir a coragem de promover a discriminação positiva para as regiões mais pobres» e de aproveitar a oportunidade «única» trazida, nos próximos seis anos, pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). Mesmo a terminar a intervenção, o Bispo da Guarda deixou aquele que é o seu maior desejo para esta quadra: «Que o Menino de Belém seja o grande presente deste Natal para todos os homens e mulheres de boa vontade, principalmente para aqueles de quem mais depende a defesa dos direitos de todos e a definição do futuro da nossa sociedade».