O troço do IP2 entre Celorico da Beira a Macedo de Cavaleiros (distrito de Bragança) deverá estar concluído em 2011. A garantia foi deixada, na última segunda-feira, pelo ministro das Obras Públicas. Mário Lino esteve em Trancoso para anunciar o lançamento do concurso público para a concepção, construção e exploração da concessão do Douro Interior.
Na cerimónia, o governante assegurou que a obra, num investimento da ordem dos 520 milhões de euros, será adjudicada «já em 2008». Espera-se que a nova rodovia, com uma extensão de 116 quilómetros – dos quais 105 serão construídos de raiz – reduza a sinistralidade em 11 por cento. E permita uma economia de tempo de 27 minutos na área servida, sendo que entre a Guarda e Trancoso poderá ser possível poupar 10 minutos. Promessas que deixaram Júlio Sarmento satisfeito. O autarca de Trancoso salientou «o profundo significado político» da chegada da auto-estrada. «Trata-se de uma obra que foi sendo sucessivamente prometida e adiada ao longo de várias legislaturas», lembrou. Já o vizinho José Monteiro, edil de Celorico da Beira, referiu-se ao IP2 como um investimento «que há muito se pensava ser uma miragem e que permitirá combater as assimetrias regionais». Mário Lino respondeu que a construção desta estrada não é «um favor», mas antes «um acto de justiça para colmatar o défice da região» em matéria de acessibilidades.
É que, actualmente, o distrito da Guarda só tem 32 por cento do Plano Rodoviário Nacional concluído. Mas com a construção do IP2, essa taxa de execução subirá para 53 por cento, «número mais próximo da média nacional», disse o ministro. Além do IP2 entre a A25 e Macedo de Cavaleiro, o concurso inclui a execução do IC5, que ligará Murça e Miranda do Douro. Recorde-se que do nó de Açores (A25) até ao Chafariz do Vento, próximo de Trancoso, o IP2 terá perfil de auto-estrada. Este troço terá ainda dois nós, que permitirão, respectivamente, a ligação à estação ferroviária de Celorico da Beira e a Vila Franca das Naves. Do Chafariz do Vento para a frente, até Macedo de Cavaleiros, o IP2 terá apenas duas a três faixas. A concessão do Douro Interior beneficiará directamente cerca de 330 mil habitantes. Júlio Sarmento aproveitou ainda a cerimónia para relembrar Mário Lino de uma obra que «fica a faltar no mapa das acessibilidades da região», aludindo ao IC26, entre Trancoso e Lamego. Para o presidente, é uma via «essencial para reforçar a competitividade regional» e da qual depende a Área Logística e Empresarial (ALE) que o município pretende implementar em conjunto com Celorico da Beira junto ao nó de acesso ao IP2 de Vila Franca das Naves. Também José Monteiro se referiu ao projecto, acreditando que irá «beneficiar do posicionamento estratégico trazido pelo novo traçado do IP2».
Rosa Ramos