O secretário de Estado Adjunto das Obras Públicas, Paulo Campos, encarregou, segunda-feira, a Estradas de Portugal (EP) de avaliar a viabilidade de uma ligação directa a Vilar Formoso a partir do nó que, futuramente, assinalará a nova fronteira entre Portugal e Espanha, no âmbito da junção da auto-estrada A25 com a espanhola A62.
O projecto está a causar grandes receios na vila, que ficará afastada cerca de dois quilómetros da nova fronteira e sem acesso directo para quem vem do país vizinho. O único previsto ligará à localidade de Fuentes de Oñoro, de onde se seguirá depois para Vilar Formoso. O que não agrada a Baptista Ribeiro. «Se nada mudar, esta terra vai sofrer um novo revés, cujo impacto económico será semelhante ao originado com o fim dos transitários há pouco mais de uma década», disse o presidente da Câmara de Almeida na cerimónia de consignação do projecto de execução da ligação da A25 à A62, realizada na vila fronteiriça. «É preciso criar condições para que as populações não sejam prejudicadas», apelou, reclamando uma «estrada directa» desde o futuro nó projectado dois quilómetros para Norte da actual fronteira. «Fuentes de Oñoro está bem servida, porque a estrada já existe», acrescentou.
Nessa via para Vilar Formoso deverá nascer uma zona de serviços para os transportistas e os viajantes, um parque TIR requalificado e a central de camionagem, além de uma zona de lazer, conforme previsto num estudo da antiga Comissão de Coordenação Regional do Centro. Paulo Campos ouviu, mas não se comprometeu, remetendo o assunto para a EP. «A matéria não é nova. Há agora que avaliar os impactos positivos e negativos, sobretudo os financeiros, com esta ligação directa», ordenou o governante. O secretário de Estado aplicou-se sobretudo a realçar os «grandes e assinaláveis avanços» registados nas acessibilidades no distrito. «Longe vão os tempos em que as viagens para Vilar Formoso ou para a Guarda eram penosas e inseguras», disse. De acordo com a EP, a ligação entre a A25 e A62 tem uma extensão de quatro quilómetros. O projecto de execução, orçado em 268 mil euros, foi entregue à Global Via, que o deverá concluir até ao terceiro trimestre de 2008 para a obra ser posta a concurso de seguida.
Aproximar a Guarda
O Governo chamou-lhe “Aproximar a Guarda” e é um conjunto de acessibilidades que o Estado tenciona lançar ou estudar nesta legislatura. Isto porque, «o distrito foi inequivocamente esquecido nos últimos anos como o prova a taxa de execução de apenas 32 por cento do Plano Rodoviário Nacional (PRN) na Guarda», reconheceu Paulo Campos.
Neste conjunto de projectos, o mais adiantado é o IP2 entre a A25, em Celorico da Beira, e Trancoso. «Estamos em condições de lançar a obra a breve prazo», anunciou o secretário de Estado, revelando haver actualmente 63 por cento de itinerários em estudo no distrito por parte da Estradas de Portugal.
Luis Martins
