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A «última oportunidade» da região Centro

Centro vai canalizar cinco mil milhões de euros do QREN

A região Centro é a segunda mais atrasada «do país e da Europa dos 15», alerta Alfredo Marques. O presidente da Comissão de Cooperação e Desenvolvimento da Região Centro (CCDRC) participou, na última quinta-feira, na reunião extraordinária da Assembleia Municipal da Guarda sobre o Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN), que estará em vigor até 2013, e avisou que esta será a «última oportunidade» para desenvolver o Centro do país.

«Devíamos tomar este pacote de fundos estruturais e fazer dele como se fosse a última oportunidade de termos à disposição um envelope financeiro de grande volume e dar um salto decisivo para ver a nossa região a par da média nacional e, depois, da média europeia», afirmou aos deputados. Alfredo Marques lembrou ainda que a região Centro «é a segunda mais atrasada no contexto nacional e na Europa dos 15», por isso o QREN é uma oportunidade que «não pode ser desperdiçada». Nesse sentido, não poupou críticas ao aproveitamento dos fundos dos três últimos Quadros Comunitários: «O mais dramático é que nem sequer conseguimos completar algumas redes básicas, como de abastecimento de água e saneamento», sublinhou. O presidente da CCDRC revelou depois os montantes do QREN – 21 mil milhões no total –, sendo que a região Centro vai dispor de cerca de cinco mil milhões de euros durante os próximos sete anos. Dinheiro a aplicar preferencialmente em «três grandes prioridades»: a formação de recursos humanos, a competitividade e a valorização do território nacional.

Nesta sessão os deputados municipais ficaram ainda a conhecer o Plano Estratégico da Comurbeiras, a candidatar ao QREN, que contempla 550 projectos repartidos pelos 12 municípios da Comunidade Urbana das Beiras, num investimento de 900 milhões de euros. Nesse documento a Guarda incluiu um conjunto de 31 projectos relacionados com acessibilidades, turismo, saúde e património histórico e cultura, entre outros. Os destaques vão para a criação de uma clínica bio-climática, um parque de tecnologia logística, a implementação de uma rede de transportes limpos, um museu da água e um pólo de investigação da Faculdade de Medicina da Universidade da Beira Interior. Para Joaquim Valente, presidente da Câmara da Guarda, este «é um plano ambicioso, que não se esgota no QREN, que será de acção para todo o conjunto de municípios» da Comurbeiras.

Mas este Plano Estratégico não agradou a todos. Da bancada social-democrata, Ricardo Neves de Sousa acusou o município guardense de «uma total e gritante falta de estratégia», ao contrário de cidades vizinhas, como a Covilhã. Já Álvaro Estêvão, do CDS/PP, considerou «de impacto duvidoso no desenvolvimento regional» os projectos previstos no plano. No distrito da Guarda integram a Comurbeiras os concelhos de Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Guarda, Manteigas, Meda, Pinhel, Trancoso e Sabugal, a que se juntam a Covilhã, Penamacor e Belmonte, do distrito de Castelo Branco.

Tânia Santos

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