A maioria das autarquias do distrito manifestou-se, segunda-feira, contra o encerramento dos Serviços de Atendimento Permanente (SAP) durante a noite enquanto as actuais Urgências dos hospitais distritais da Guarda e Seia não estiverem devidamente equipados. A posição foi tomada numa reunião extraordinária da Assembleia Distrital, numa altura em que se sabe que aquela medida do Ministério da Saúde é irreversível e deverá entrar em vigor no início de Janeiro de 2008.
Com ordem para fechar, entre as 22 horas e as oito da manhã, estão os SAP de Aguiar da Beira, Almeida, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Pinhel, Sabugal e Trancoso.
Isto é, metade das actuais Urgências actualmente em funcionamento nos Centros de Saúde do distrito. A decisão já tem um ano, mas foi adiada por causa da contestação das populações e do atraso na entrada em funcionamento dos Serviços de Urgência Básica (SUB) de Vila Nova de Foz Côa e Seia, para onde deverão ser encaminhados alguns dos utentes destes municípios. Já na capital do distrito funcionará um Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica (SUMC). Na altura, foram apontados como critérios para o fecho as acessibilidades, a qualidade do serviço e o reduzido número de utentes. No entanto, os presidentes de Câmara consideram que nada mudou. «A rede de emergência e a telemedicina não estão devidamente constituídas, por isso não faz qualquer sentido neste momento avançarmos com reformas e o encerramento de serviços quando não temos outras alternativas», adiantou João Mourato.
O presidente da Assembleia Distrital, órgão composto pelos 14 autarcas e presidentes de Assembleias Municipais, mais um representante das Juntas de Freguesia do distrito, confirmou que os municípios estarão na «iminência» de assinar um acordo com a tutela sobre o previsível fecho dos SAP. Só que «os actuais serviços de Urgência nos Hospitais da Guarda e Seia não têm capacidade para dar resposta à situação que será criada durante a noite», alegou. O também presidente da Câmara de Mêda anunciou que os autarcas discordaram «em uníssono desta forma de tratamento das populações destes concelhos», tendo ainda concordado que os SAP não podem fechar «enquanto não houver realmente condições nos hospitais distritais de Seia e Guarda para acolherem os utentes provenientes de todos estes municípios».