Arquivo

A caça, uma paixão cada vez mais cara

Número de caçadores na região tem diminuído nos últimos anos, mas especialistas garantem que o futuro do desporto não está em risco

O turismo cinegético é uma actividade a «preservar e a dinamizar» no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, um dos que será mais procurado pelos caçadores na região. O autarca local António Edmundo realça que, «tradicionalmente nos últimos 30 anos», este tipo de turismo ligado à caça «sempre assumiu uma grande importância» para o concelho em virtude de «garantir um afluxo de turistas na época baixa». De resto, é visível que «de quarta para quinta-feira e durante os fins-de-semana» os caçadores são garante de uma «boa lotação hoteleira», indica o edil, relembrando que no primeiro dia de caça à rola deste ano (15 de Agosto) «não havia um único quarto disponível em Figueira», regozija-se. Outro fenómeno curioso é a aquisição de uma segunda habitação por parte de caçadores provenientes de outras paragens em vários pontos do concelho como já sucedeu em Almofala, Algodres, Escalhão e Quintã de Pêro Martins. Também os comerciantes locais são beneficiados com a existência deste tipo de turismo, já que os caçadores costumam comprar os «produtos tradicionais» do concelho como o vinho, azeite, queijo e enchidos. Como «sem caça, não há caçadores», a Câmara tem apostado em proporcionar boas condições para que haja um normal repovoamento das espécies mais caçadas como são o coelho, a perdiz e o pombo. Para o efeito, durante o ano transacto, procedeu, em parceria com o Parque Natural do Douro Internacional, a uma campanha de repovoamento. O concelho de Figueira possui actualmente duas reservas turísticas, duas municipais e 14 associativas.

Complexo de criação na Benespera é caso de sucesso

O Complexo de criação de espécies cinegéticas da Associação Cultural e Recreativa da Benespera, no concelho da Guarda, reproduziu, até ao momento e só este ano, 829 coelhos e cerca de 5 mil perdizes. Mas nem todos estes animais são utilizados no repovoamento da reserva associativa da localidade, uma vez que, principalmente, no caso das aves, uma parte substancial é vendida a outras reservas, representando uma vertente «importante para o equilíbrio financeiro da Associação», sublinha José Gonçalves, presidente da ACR da Benespera. Anualmente, a colectividade, que tem 153 sócios, despende cerca de 17.500 euros por ano só no complexo, sendo o equilíbrio alcançado graças às vendas de alguns dos animais reproduzidos e ao pagamento das quotas dos associados. No final deste ano, a Associação espera ter em funcionamento um Centro Pedagógico e Interpretativo de espécies cinegéticas.

Clube de Caça e Pesca da Guarda recupera dinamismo

Fundado em 1958, aquele que é o sócio número 1 da Federação de Caça e Pesca da Beira Interior perdeu grande parte do dinamismo que lhe era reconhecido nas duas últimas décadas. Uma tendência que a nova direcção, que tomou posse há cerca de quatro meses, está apostada em contrariar, pretendendo voltar a «reactivar o clube», assegura o presidente Vítor Rebelo Oliveira. Promover uma campanha de angariação de novos sócios, alterar os estatutos e a realização frequentes de actividades sócio/desportivas relacionadas com a caça, pesca, tiro desportivo, campismo e caravanismo são algumas das prioridades da nova direcção.

Ricardo Cordeiro

Sobre o autor

Leave a Reply