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As nossas praias

Ir a uma praia portuguesa dá que pensar. Vou lá para espairecer, descansar, esquecer o dia e tudo o que há de enfadonho no decorrer do ano. Por isso me apraz olhar a natureza na sua plenitude: o mar, as ondas e tudo o que se me depara em completa harmonia. Vou cedo, a praia está deserta e tudo é paz.

As horas vão passando e (…) as famílias vão-se espalhando pela praia. Nos tempos em que as liberdades eram mais limitadas e o decoro nas famílias mais acentuado, eram as crianças e os jovens que expunham os corpos esbeltos à carícia do sol e da brisa. Isso porque havia a noção da beleza e a consciência da falta dela!… Agora, o que em boa verdade me impressiona é a exposição de corpos “mal tratados”, cobertos de celulite nas mulheres e de homens de proeminentes abdómenes tombados nos calções.

Dir-me-ão então: estes não têm o direito de gozar os prazeres da praia? Têm, sim senhor. Mas de outra forma. Arranjem umas roupinhas que lhes tapem as misérias, que não mostrem tanto desregramento alimentar e esqueçam os fios dentais com os quais as mulheres ficam ridículas. As modas não servem a todas da mesma forma! E por falar em fios dentais, nestes tempos que correm há um grande cuidado para que meninos e meninas apresentem uma bela e impecável dentadura. Daí os caríssimos aparelhos para a respectiva correcção. Pena é que não haja o mesmo cuidado para evitar o aumento do peso. Não é bom para a saúde e para a imagem é um desastre!

(…) Porquê abandalhar a maior obra de arte que Deus fez – o Ser Humano?

Zelinda Rente, Freches (Trancoso)

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