Quatro festivais temáticos e os concertos dos Clã, Camané e Elliott Sharp são os grandes destaques da programação do Teatro Municipal da Guarda (TMG) para os próximos quatro meses. Há também uma surpresa intitulada “Eu queria encontrar aqui ainda a terra”, uma peça de teatro sobre Vergílio Ferreira e Eduardo Lourenço e a sua relação com a cidade. O espectáculo, uma encomenda da autarquia e do Centro de Estudos Ibéricos, tem estreia marcada para 28 de Novembro.
E é com teatro que se fará a “rentrée” do TMG. O “Acto Seguinte – Festival de Teatro da Guarda” estica-se por Setembro fora, começando dia 1 com “Minetti”, um monólogo de «musicalidade infernal». Há seis propostas para ver até ao final do mês, com destaque para mais uma produção do Projéc~. Desta vez a estrutura de produção teatral do TMG estreia “O Barão”, de Luís de Sttau Monteiro, baseada na novela homónima de Branquinho da Fonseca, com encenação de Fernando Carmino Marques. A peça estará em cena quatro noites. O “Acto Seguinte” termina com uma estreia nacional do Teatro das Beiras, que apresenta “Moliére”. No campo da música, no dia 7 sobe ao palco a estonteante Fanfare Ciocarlia (Roménia), que se orgulha de ser “a mais rápida do mundo”. Neste mês o TMG tem ainda patente duas exposições de arte contemporânea e arquitectura. Esta última, intitulada “Habitar Portugal 2003/2005”, reúne uma selecção das mais importantes obras portugueses das últimas décadas e inclui o TMG.
Outubro começa com o “Outonal”, o festival dedicado à música clássica e erudita, e prossegue com a extensão do Festival Y#5, em parceria com a associação covilhanense Quarta Parede. Entre dia 13 e 31, a Guarda recebe quatro espectáculos deste evento especializado nas artes performativas. Pelo meio há para ver e ouvir o concerto dos portuenses Clã (dia 20), que vão apresentar o seu novo trabalho, actualmente em fase final de produção. Para Novembro o TMG programou o multi-instrumentista e compositor Elliott Sharp (dia 2), que interpretará à guitarra alguns dos temas mais emblemáticos de Thelonious Monk. A noite seguinte será dedicada à ópera, com “O Barbeiro de Sevilha”. A obra-prima de Rossini estará na Guarda pela Ópera Estatal de S. Petersburgo – Teatro Mussorsky (Rússia). Já na galeria de arte estará patente uma exposição de pintura de Helena Liz, enquanto um recital do Coro da Gulbenkian assinalará as comemorações dos 808 anos da cidade. A efeméride não ficará completa sem a peça “Eu queria encontrar aqui ainda a terra”, apresentada pelo Projéc~ entre 28 e 30 de Novembro.
No último mês do ano acontece o Ciclo de Música Contemporânea da Guarda, que ficará marcado pela estreia (dia 5) do Grupo de Música Contemporânea da Guarda, uma «consequência desta iniciativa», congratulou-se Américo Rodrigues. Esta formação é constituída exclusivamente por músicos residentes na cidade. Até ao final do ano, a programação inclui teatro, música clássica e um concerto de Camané. «O fadista português», segundo o director do TMG, apresenta-se dia 8 no grande auditório. Das actividades do Serviço Educativo previstas para este período o destaque vai para o atelier de dança para bebés (3 de Novembro), pela Dançarte.
Luis Martins