Apesar de não ter sido com uma margem tão folgada quanto esperava, Andrade Poço foi reeleito presidente da direcção da Associação de Futebol da Guarda (AFG) no passado sábado. O vencedor obteve 83 votos contra 80 de João Abel, num acto eleitoral que ficou marcado pela ausência do Penaverdense e Travancinha, que, juntos, totalizavam três votos. A tomada de posse dos novos órgãos sociais está agendada para amanhã às 19 horas no Hotel Vanguarda.
Andrade Poço elogiou a votação «maciça» por parte dos 45 clubes com direito a votar, considerando que «ganhar por um, dois ou três é a mesma coisa». Contudo, admitiu que esperava obter uma vitória «mais folgada», devido ao trabalho «meritório» desenvolvido nos últimos quatro anos e graças ao qual os clubes «não teriam razões para votar contra nós». Porém, disse compreender a votação «pelas muitas pressões que houve sobre pessoas para subscreverem a lista opositora», acusou, sustentado que houve «muita política neste acto eleitoral, mas não da nossa parte». O presidente reeleito afirma ter ficado «com a impressão de que a lista opositora considerou este escrutínio como uma “salvação da pátria”, no caso concreto de determinadas forças políticas locais», mas escusou-se a referir nomes. Confrontado pelos jornalistas se estava a referir-se à Câmara da Guarda, Andrade Poço não desmentiu essa possibilidade, acrescentando que «também houve empresários que se envolveram bastante».
«Há um clube que, pelas palavras dos seus directores, só não me apoiou porque houve empresários da mesma localidade que ameaçaram cortar os apoios se não subscrevessem a lista do meu opositor», acusou, sem adiantar a colectividade em causa. Assegurando que a sua candidatura «não pressionou ninguém» e que não andou «a correr o distrito, a oferecer jantares e almoços», o dirigente considera estarem reunidas as condições para que o Conselho de Arbitragem «funcione bem», uma vez que foi escolhido por si «e não por pressões de quaisquer clubes», sendo formado por pessoas da sua «inteira confiança». Por sua vez, João Abel desvalorizou estas acusações e desafiou o seu adversário a indicar os empresários de que fala: «Não sei de nada. Que diga quem foram os patrocinadores. Se ele sabe porque não o diz? Desconheço que tenha havido pressão seja de quem for», insistiu. O candidato derrotado admitiu que o seu projecto «não conseguiu convencer a maioria dos clubes», mas que também «houve gente que faltou à palavra e não cumpriu o que tinha ficado acordado com as colectividades». João Abel assumiu ainda ter ficado «aborrecido» e «chocado» com a derrota, embora considere que a diferença de três votos é «uma demonstração de descontentamento» dos clubes.
Ricardo Cordeiro