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Jorge Mendes vence Joaquim Brigas pela terceira vez

Presidente do IPG foi reeleito por 13 votos de diferença e clama por «paz e tranquilidade» para trabalhar

Jorge Mendes venceu, sem contestação, a repetição das eleições para a presidência do Instituto Politécnico da Guarda (IPG). Realizado na passada sexta-feira, o escrutínio acabou por penalizar Joaquim Brigas, novamente derrotado, mas desta vez por 13 votos de diferença. «Sinto-me legitimado e espero que esta votação traga paz e tranquilidade para se trabalhar no IPG», afirmou o presidente reeleito para o seu terceiro mandato.

Os números falam por si. Num universo eleitoral de 120 votantes, Jorge Mendes obteve 63 votos, contra 50 do director da Escola Superior de Educação (ESEG), tendo-se registado ainda quatro votos brancos e dois nulos. O representante da Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas (CTOC), que também devia votar pela comunidade, prescindiu de um voto por já constar do colégio eleitoral por indicação da ESTG. «O eleitorado deu-me maioria e irei cumprir o que prometi, como a revisão estatutária, para que a próxima eleição aconteça com as novas regras, mas sem mim», ironizou o vencedor, que já ganhou a Joaquim Brigas por três vezes. O presidente considerou a votação «penalizadora da conflitualidade vivida no IPG nos últimos três anos e de quem a instigou», referindo-se ao seu adversário. «Joaquim Brigas fez uma campanha agressiva, não pelos projectos que teria, mas acima de tudo contra Jorge Mendes», sublinhou, responsabilizando-o por ter transmitido «uma má imagem da instituição».

Nesse sentido, espera que o director da ESEG aceite o resultado e passe a «colaborar e a dialogar» com o presidente para o IPG poder fazer a transição preconizada pelo projecto-lei do ensino superior. «Caso contrário, só tem uma alternativa, demitir-se, pois não terá condições para continuar a fazer guerrilha no Instituto», acusou, argumentando que não tem havido «conflitualidade» com os restantes directores das escolas. De resto, esclarece que, «logo no início», a comissão eleitoral enviou para o Ministério da Ciência e Ensino Superior toda documentação relativa às eleições, mas que a tutela não tomou qualquer posição. «Disputámos eleições, as pessoas foram consultadas de novo e penso que houve uma decisão clara. Portanto, deve ser respeitada. Seria muito grave se não o fosse e aí a cidade teria que responsabilizar quem o fizesse, pois não se pode brincar com actos eleitorais», insistiu Jorge Mendes.

Joaquim Brigas continua na ESEG

Um cenário que Joaquim Brigas já veio descartar. Em comunicado, divulgado na segunda-feira, o candidato derrotado felicitou o seu adversário pelo resultado e garantiu que vai continuar na ESEG, «a lutar por melhores condições» para professores, alunos e funcionários. «A minha candidatura não venceu e as minhas propostas de renovação e dinamização do IPG não foram sufragadas por grande parte do eleitorado», acrescentou, lamentando que «esses eleitores tenham optado pelos poderes instituídos e de quem deles depende». Contudo, destacou o facto de, «pela primeira vez, a sociedade civil se ter reunido à volta de uma candidatura, a minha». Joaquim Brigas disse ainda continuar a acreditar e defender que «é possível fazer crescer, desenvolver e credibilizar o nosso Instituto», considerando a ligação ao mundo empresarial e à sociedade civil «mais do que necessária e desejável». A esse propósito, o presidente do IPG espera que Joaquim Valente – que apoiou publicamente o seu opositor – e a autarquia colaborem com o Politécnico.

«Não foi correcto que o presidente da Câmara da Guarda tivesse tomado uma posição pública sobre uma das candidaturas, mas há um relacionamento institucional a que estamos obrigados. Seria estúpido que o presidente do IPG não tivesse a colaboração necessária da autarquia, e vice-versa», referiu. Quanto à revisão estatutária, esclareceu que o modelo a adoptar sairá de uma Assembleia Estatutária, cujos elementos (oito docentes, cinco pessoas da comunidade e dois alunos) serão eleitos brevemente. «O meu trabalho é discutir vários modelos possíveis – o fim da autonomia administrativa e financeira é um deles, até porque a nova Lei vai apontar para isso. Mas compete à Assembleia decidir a nova organização do Politécnico», acrescentou. Entretanto, Jorge Mendes já confirmou que Fernando Neves dos Santos vai continuar na vice-presidência do IPG. Na origem da repetição destas eleições esteve uma decisão judicial, após a impugnação da vitória de Jorge Mendes, em 2004, sobre Joaquim Brigas por violação da proporcionalidade e representatividade do colégio eleitoral.

Luis Martins

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