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Três longos anos de agonia…

Todos recordamos bem aquele anúncio televisivo acerca de um produto milagroso, com tal poder de aderência, que colava cientistas ao tecto…

(…), este exemplo vem-me à memória quando penso na lamentável situação vivida no IPG durante três longos anos. De facto, creio que o professor adjunto Jorge Mendes (JM) não teve a felicidade de herdar geneticamente (nem o adquiriu depois) o dom especial da competência e da aptidão requeridas para presidir, com visão estratégica e capacidade de intervenção, ao destino desta instituição do Ensino Superior. Penso que se foi sedimentando nele, apenas, o gosto pela gestão de mercearia, o gozo supremo pela colocação de dificuldadezinhas burocráticas, o afã em defender a mediocridade, o insondável clímax que atinge quando complica, trava e coloca obstáculos a quem tem ideias e quer realizar obra visível.

A meu ver, qualquer pessoa atenta e minimamente informada reconhece que, durante um mandato como Vice-Presidente, seguido de dois outros como Presidente, prolongados milagrosa e ardilosamente por mais três longos anos de exercício indevido deste cargo, JM evidenciou, sem qualquer sombra de dúvida, um grande (e único?) poder: o de possuir um misterioso produto que o conseguiu colar, como uma lapa, à cadeira da Presidência do IPG.

É minha convicção que, durante este período, JM evidenciou total incapacidade para unir, num projecto coerente e credível, as quatro Escolas Superiores do IPG. A meu ver, não soube ou não quis impulsionar, estimular, incutir ânimo e energia a estas quatro unidades orgânicas do Instituto, que há 20 anos era considerado “o príncipe”, o “exemplo” dos politécnicos e, num processo quase irreversível, se converteu num exemplo nacional de declínio, de troça, de descrença…

Bem pode JM assegurar aos quatro ventos que a apatia e a incompetência que, em meu entender, caracterizaram os seus mandatos (acrescidos do apêndice putrefacto destes três longos anos) deixarão de existir, por misterioso golpe de mágica. (…) Todavia, incapaz de reconhecer que já basta o sacrifício que, na minha óptica, nos impôs durante estes três longos anos e de prometer não se candidatar ao novo acto eleitoral, JM não quer descolar-se do poder.

(…) No final de tudo o que ficou exposto e na comprovação, pelas várias instâncias judiciais, das irregularidades do anterior acto eleitoral – da inteira responsabilidade de Jorge Mendes -, pergunto-me como é que, depois destes três longos anos, o Presidente do IPG em exercício ainda teve coragem e atrevimento para se apresentar a eleições….

Espero que, em breve, na cidade mais alta do país, venham a soprar “ventos de mudança” que, com a sua força imparável, resgatem o IPG, uma das maiores “empresas” do nosso depauperado distrito, da prisão a que esteve sujeito neste período de decadência (…).

Acredito que, dentro de dias, poderei deixar de gritar: Ai muito me tarda a mudança no Instituto Politécnico da Guarda!

Luís Soares, Guarda

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