Após leitura do artigo de opinião do Sr. José Carlos Lopes, publicado n’ “O Interior” no passado dia 24 Maio, com o título “Ah e tal, os híbridos…”, vimos por este meio dar-lhes conhecimento da informação que enviámos para os órgãos de informação que fizeram eco do estudo da CNW, na qual procurámos esclarecer algumas situações:
O estudo realizado pela CNW Marketing Research (USA) possui uma base bastante diferente de outros estudos, que analisam o ciclo de vida dos produtos e o impacto destes no ambiente. Nesses estudos, é comum verificar que a maioria da energia consumida pelo veículo se regista durante a sua utilização que corresponde a cerca de 80 a 85%, sendo que a restante é utilizada para as diferentes etapas da vida do veículo (montagem, transporte e desmontagem). Porém, no estudo da CNW, essas percentagens não estão presentes, sendo referido apenas a menor quilometragem dos veículos híbridos face aos veículos convencionais.
O estudo da CNW refere que os veículos híbridos requerem mais energia ao longo da sua vida do que um SUV de grandes dimensões , o que é contrariado por nós.
Segundo análises internas da Toyota, é preciso mais energia para a produção dos componentes para os híbridos do que para as componentes de um veículo convencional. Contudo, esta é largamente compensada ao longo da utilização do veículo (80 – 85%), tornando os veículos híbridos mas eficientes em termos de energia ao longo do seu ciclo de vida.
Em relação à reciclagem das baterias, uma parte importantíssima no ciclo de vida dos veículos híbridos, o estudo CNW refere que a Toyota não recicla as baterias, o que é totalmente falso. O grupo Toyota (marcas Toyota e Lexus) possui um programa intensivo de reciclagens das baterias utilizadas nos seus modelos híbridos.
Para que um estudo científico seja considerado válido deverá definir critérios para a sua execução. Todos os pressupostos deverão ser conhecidos, nomeadamente a entidade promotora do estudo, a metodologia utilizada, a qual deve ser documentada e isenta.
Infelizmente nos meios de informação que publicaram este estudo, não nos foi solicitado qualquer opinião, como recomenda a boa informação, tendo optado por dar como verdade insofismável a que foi protagonizada pela CNW.
Não queremos com isto dizer que prevalece a nossa verdade, mas consideramos que seria mais correcto e consonante com o serviço informativo, ambos os respectivos trabalhos jornalísticos terem a posição das duas partes.
Paula Arriscado, directora da Toyota Caetano Portugal, SA
* Título da responsabilidade da redacção
Saliente-se que, em nenhum momento, a marca questiona a “pesada factura ambiental decorrente do processo de fabrico e transporte das baterias de níquel” (do artigo) e isso para bom entendedor basta. Referem que a Toyota aposta na reciclagem das baterias e eu acredito que sim mas, se a procura destes veículos supera largamente a oferta (devido à paranóia criada pelo pseudo-problema do aquecimento global), a procura de matéria-prima, níquel, supera a oferta da mesma por reciclagem, pelo que o impacte ambiental, decorrente dos processos de extracção, fabrico e transporte é uma realidade e eu, como consumidor sinto-me defraudado.
José Carlos Lopes