Cara a Cara

«Enquanto for deputada respeitarei o compromisso e a missão que assumi com os guardenses»

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Escrito por ointerior

P – Que explicação dá aos militantes do PS da Guarda e aos guardenses depois de ter sido confirmada como cabeça de lista à Câmara de Sintra?
R – O meu compromisso tem sido com o distrito. Como militante, acompanho os processos autárquicos dos 14 municípios. O meu compromisso é com o distrito da Guarda e a entrega é total. Nos últimos anos tenho-me dedicado a esta região. Enquanto for deputada respeitarei o compromisso e a missão que assumi com os guardenses.

P – Como será escolhido o candidato à Câmara da Guarda?
R – Quanto ao candidato à Câmara da Guarda não vou fazer interferência na decisão e à avaliação por parte da concelhia. Considero-me pertencente ao distrito. As pessoas também me sentem do distrito e cá estarei sempre como uma mulher da Guarda.

P – Considera que o PS da Guarda fica órfão com a sua candidatura à Câmara de Sintra? Que “delfins” deixa no partido? António Monteirinho, Alexandre Lote, Rita Mendes?

R – Não tenho delfins, tenho muitos amigos e a política trouxe-me uma coisa fantástica: nesta vida e passagem que faço enquanto política, tenho a sorte de fazer amigos.

P – Há projetos que a preocupam, como, por exemplo, a continuidade do Plano de Revitalização do Parque Natural da Serra da Estrela. O que está em causa?
R – Temo o pior. Foi difícil quebrar a rotina, fazer investimentos onde eles não estão é difícil. E quando as pessoas se sentam nas “torres de marfim” de Lisboa esquecem-se do resto do país. É esse o grande desafio e nós, como deputados, temos essa obrigação de os lembrar, como fizemos no Centro para a Economia e Inovação Social (CEIS), para que o poder de decisão não saísse da Guarda. Se calhar temos de falar todos a uma só voz. Unamo-nos todos para resolver, pelo menos, as medidas/ações mais críticas que fazem parte deste Plano de Revitalização do Parque Natural da Serra da Estrela.

P – E quanto ao Porto Seco?
R – É mais do que um porto de descarga e depósito de mercadorias. Uma das áreas e âncoras-chave do projeto é ter previsto zonas livres económicas para permitir capacidade de atuação. Os autarcas têm tido um papel fundamental neste processo, mas também é fundamental que o Governo perceba a importância deste Porto Seco na Guarda, o que que ainda não percebeu.

P – E sobre o Pavilhão 5 da ULS da Guarda, que vai acolher o Departamento da Saúde da Criança e da Mulher e já devia ter aberto?
R – Já reuni com o novo Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde da Guarda, alertando para a criticidade de não perderem tempo. Já conheço a tática deste Governo – ou muda o nome das coisas para parecer algo diferente, ou demora mais tempo a fazer para depois dizer que é resultado deste Governo. O Pavilhão 5 é uma conquista da comunidade, não é de partidos. Por favor, não arrastem os pés, abram rapidamente o edifício, porque é decisivo para garantir que nunca sai daqui a capacidade de responder à população.

P – Também a requalificação do Hotel Turismo não está a avançar?
R – Quanto ao Hotel Turismo, é sabido que foi integrado na rede de Pousadas de Portugal, tendo sido apresentado um projeto pelo anterior Governo. A tutela atual comprometeu-se que as obras arrancavam no início de janeiro. Acabado o primeiro mês de 2025, e nada sabendo sobre o começo das obras, apresentei uma pergunta na Assembleia da República para pressionar.

 

CARA A CARA Entrevista a Ana Mendes Godinho, deputada do PS pelo Distrito da Guarda

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