O mercado dos centros comerciais já mexe na Guarda. E de que maneira. Poucos dias após o arranque das obras do agora Vivaci, da FDO e da construtora local José Monteiro de Andrade, os promotores do “Guarda Mall” anunciaram, na terça-feira, que a comercialização do empreendimento vai começar nas próximas semanas. Nesta marcação cerrada, os holandeses da TCN apostam forte e entregaram essa tarefa à Cushman & Wakefield, considerada uma das três maiores empresas de consultoria imobiliária do mundo, que também tratou da comercialização do Serra Shopping, na Covilhã.
Confrontada por “O Interior”, fonte dos promotores admitiu haver já contactos «adiantados» com algumas marcas âncora, como a Inditex, proprietária da cadeia de moda Zara, Pull & Bear, Bershka, entre outras marcas, o grupo francês de distribuição Auchan, a Lusomundo e o AKI. «Segue-se agora a comercialização junto dos grupos e lojistas interessados neste complexo comercial, que irá destinar igualmente espaços para habitação e escritórios», acrescentou. Com um investimento previsto de 30 milhões de euros, o “Guarda Mall” incluirá o futuro mercado municipal e a central de camionagem, além de um hipermercado, quatro salas de cinema, área de restauração e cerca de 100 lojas. Em comunicado, sublinha-se o enquadramento paisagístico «inovador» do empreendimento, que terá uma área de construção de 42.500 metros quadrados. De resto, estima-se que o “Guarda Mall” terá um impacto «bastante elevado» na criação de emprego, uma vez que estão previstos cerca de mil postos de trabalho directos e cerca de 700 indirectos. O problema é que este investimento só vai avançar após a conclusão e aprovação do Plano de Pormenor, mandado fazer pela Câmara da Guarda para a Quinta dos Pelames, e do consequente processo de licenciamento junto das entidades competentes.
A primeira formalidade já está em curso, após a publicação, a 29 de Dezembro, no “Diário da República” do respectivo edital. Com este procedimento, a autarquia tornou público que vai elaborar, no prazo de um ano, o Plano de Pormenor para a zona do mercado municipal e centro coordenador de transportes, de forma a viabilizar a alteração dos usos definidos no Plano Director Municipal (PDM). Isto quer dizer que, provavelmente, tudo estará pronto no final de 2007 para ser apresentado novamente à Comissão Regional responsável pelos licenciamentos comerciais. O objectivo é incluir naquela área um lote para equipamento público, outro para comércio e mais um para habitação. Uma descrição à medida do projecto da TCN, que pretende ali construir um edifício para apartamentos e escritórios. A mesma fonte atrás citada garante que os promotores estariam «em condições de avançar imediatamente com o projecto se o Plano de Pormenor e o licenciamento estivessem aprovados», mas não quis adiantar datas concretas para a abertura do “Guarda Mall” ou o arranque das obras. «O que podemos dizer é que está previsto durarem menos de 18 meses», disse.
Entretanto já está no terreno o centro comercial da Avenida dos Bombeiros. Após meio ano de atraso, por causa da demora da autarquia em aprovar uma alteração dos lugares de estacionamento, o agora Vivaci leva vantagem sobre a concorrência e será o primeiro “shopping” da Guarda. Este é o maior investimento imobiliário jamais feito na cidade, envolvendo mais de 60 milhões de euros, e um dos maiores edifícios da cidade em área de construção, mais de 28 mil metros quadrados. A data de abertura prevista é Setembro do próximo ano. O Vivaci da Guarda terá cerca de 100 lojas, um multiplex de cinemas, um supermercado, restaurantes e 403 lugares de estacionamento, prevendo-se a criação de 600 postos de trabalho.
Luis Martins