O Instituto Politécnico da Guarda recebeu, na última sexta-feira, o fórum “Olhares sobre a Deficiência: Concertar actuações/Despertar consciências”, organizado pela Rede Europeia Anti Probreza (REAPN). Em simultâneo realizaram-se quatro “workshops”, de que resultaram algumas conclusões, sendo que a necessidade de mudança de mentalidades foi um denominador comum. No essencial, as ilações incidiram no melhoramento de alguns aspectos que contribuam para a integração plena na sociedade das pessoas com deficiência, além de se reivindicarem os mesmos direitos que tem qualquer outro cidadão.
O primeiro “workshop” teve como tema o “Envelhecimento das famílias e/ou cuidadores de pessoas com deficiência”. Eduardo Silveira, da APPACDM (Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão com Deficiência Mental), do Fundão, ressalvou a necessidade de «mais acções de formação» para pessoas que lidam com deficientes. Apelou, igualmente, a uma «maior interligação entre instituições» de solidariedade social, pois estas encontram-se «demasiado fechadas em si».
No workshop II, com o tema “Mobilidade e Acessibilidade para todos”, João Pedro Barros, da ADFP (Associação para o Desenvolvimento e Formação Profissional), de Miranda do Corvo, demarcou o papel da «sociedade civil na fiscalização das obras, em termos de acessibilidades». As actuais normas e decretos-lei existentes são, segundo o responsável, «ignoradas por autarquias e construtores civis», dependendo de cada cidadão, a «aplicação da lei, informando, vigiando e fiscalizando, para que exista uma obrigatoriedade de alterações das acessibilidades».
O terceiro “workshop” foi subordinado ao tema “Alternativas à institucionalização das pessoas com deficiência”. Ana Margarida de Almeida, do Núcleo Distrital da Guarda, da REAPN, apontou a necessidade de «fomento do triângulo: família, trabalho e grupo social», bem como de uma maior «formação profissional, mesmo a nível ocupacional» dos deficientes. Por fim, no “workshop” sobre “(Des)continuidade no processo de integração das pessoas com deficiência”, Luís Coimbra, do Núcleo de Viseu da REAPN, inferiu na «promoção de parcerias estratégicas de desenvolvimento com os agentes locais», defendendo uma «contratualização que tenha em conta os contextos e as necessidades» de cada caso. A iniciativa contou com a representação de diversas instituições de solidariedade social, de nível nacional, como a Associação Portuguesa de Deficientes, a Confederação e a Federação Portuguesa para a Deficiência Mental, e a FENACERCI – Federação Nacional de Cooperativas de Solidariedade Social.