Plural, descomprometido, inovador. É desta forma simples que vejo o jornal onde escrevo desde o primeiro número. E já lá vão sete anos.
Plural, porque numa mesma edição d´O Interior é possível encontrar um cronista que defende uma determinada posição e outro que advoga exactamente o oposto. Não se trata de nenhuma regra interna que imponha o contraditório, nem de nenhum formato jornalístico. É, simplesmente, a marca de um jornal onde as pessoas podem escrever aquilo que pensam sem qualquer tipo de constrangimento editorial.
Descomprometido, porque não se verga a nenhum tipo de pressões, ainda que isso possa ter consequências ao nível das receitas publicitárias. Mas o que falta em receitas, sobra em independência, rigor e verdade.
Inovador, porque ao longo desde anos testou novos formatos e grafismos, organizou eventos e introduziu edições diferenciadas para Guarda e Covilhã. Com muita pena minha, a experiência empresarial não resultou, mas ficaram boas indicações que poderão ter continuidade em ocasiões especiais.
Plural, descomprometido, inovador. Parece pouco mas, para mim, faz toda a diferença. E é por isso que o Menos que Zero vai continuar n´O Interior.
A pergunta
Em carta enviada a clubes e associações, a Câmara da Covilhã congratula-se com a 14ª posição alcançada pela cidade no ranking do jornal Expresso.
Na referida carta, os responsáveis camarários lembraram-se de salientar os pontos onde a cidade se destacou, mas ignoraram o resultado obtido pela Covilhã no critério Governança e Cidadania, o 3º pior entre todas as cidades.
E como muita gente não viu ou não quis ver, não percebeu ou não quis perceber o que estava em causa neste critério, aqui fica uma definição de Governança encontrada numa simples pesquisa na Internet: “Governança refere-se às normas, processos e condutas através dos quais se articulam interesses, se gerem recursos e se exerce o poder na sociedade, ou seja, significa a capacidade do Estado servir os cidadãos”.
Esclarecido o conceito, fica a pergunta: O envio da carta é masoquismo ou autocrítica?
Por: João Canavilhas