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Filmes Castello Lopes no Cine-Estúdio Oppidana

Guardenses poderão em breve voltar a ver cinema comercial na cidade

Encerrado desde Abril do ano passado, o Cine-Estúdio Oppidana deverá reabrir brevemente e com a “chancela” da Castello Lopes Cinemas, que possui 88 salas em todo o país. A mesma empresa que explora as quatro salas do Serra Shopping, na Covilhã, substituirá a Lusomundo, responsável pela exibição de cinema comercial na Guarda durante 17 anos.

Sem querer revelar muitas informações, Virgílio Bento, vereador com o pelouro da Cultura na autarquia, adiantou a “O Interior” que «falta acertar os últimos pormenores» e que «ainda não há data definida» para a reabertura. A única sala de cinema comercial da cidade foi alvo de algumas obras, nomeadamente de tratamento das madeiras, pintura e limpeza de paredes, alcatifas e estofos, sendo que o espaço vai passar a ser gerido pela CulturGuarda, empresa municipal que também gere o TMG. De resto, cerca de um mês após o encerramento do Cine-Estúdio Oppidana, o também vice-presidente da autarquia afirmou que a Lusomundo tinha levado «muito pouco material», uma vez que praticamente todo o equipamento era pertença do município. Nesse sentido, realçou na altura que o cinema da Guarda possuía «todas as condições técnicas para funcionar, incluindo o sistema de Dolby “surround”». Recorde-se que a Lusomundo justificou a sua saída da Guarda com a falta de público, tendo-se mostrado disposta a continuar por cá caso a autarquia satisfizesse algumas exigências, como suportar os prejuízos financeiros de exploração do Cine-Estúdio, melhorar o espaço ou mesmo arranjar um patrocinador.

Por outro lado, Virgílio Bento responsabilizou a concessionária pela falta de público, recordando que o contrato de exploração estabelecia a «obrigatoriedade» de estreias nacionais todos os meses. «O que tem acontecido é que os filmes chegam à Guarda com um mês de atraso e as pessoas não estão dispostas a esperar tanto tempo com as salas que já existem nas cidades vizinhas», afirmou.

Na resposta, fonte do grupo, devolveu as críticas e disse que a anterior gestão camarária também tinha culpas no cartório em relação ao crescente desinteresse do público: «Houve um desinteresse total do município pela única sala de exibição de cinema comercial da Guarda, já que todas as remodelações/melhorias tiveram de ser suportadas unicamente pela Lusomundo, embora se tenha pedido sempre o apoio da Câmara, que nunca lhe foi concedido», garantiu. A principal distribuidora portuguesa explicou ainda que abandonava a cidade devido «à globalização geral, mas sobretudo por causa da actual “shopping-dependência”» dos espectadores de cinema, atribuindo a drástica diminuição da assistência no último ano ao «nascimento da pirataria informática e à programação bastante alterada aquando da compra da Lusomundo pela PT-Multimedia». A intenção de fechar o Oppidana por parte da Lusomundo já remontava a 1998, altura em que a concessionária tentou cessar o contrato de exploração com a autarquia, proprietária do espaço. No entanto, algumas obras de melhoramentos das condições da sala adiaram a decisão, enquanto a Lusomundo instalou equipamento de som e projecção mais moderno.

Ricardo Cordeiro

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