Cultura

Guardenses Rádio Mutante preparam novo álbum

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Escrito por Sofia Pereira

Há oito anos que os três jovens tocam originais de rock e punk português

Há oito anos que os guardenses Diogo Pereira, Hugo Dantas e Luís Almeida atuam em bares e festas pelo país com a banda Rádio Mutante. Mas a história deste trio começou muito antes. «No 9º ano, eu e o Diogo tínhamos um amigo em comum que nos apresentou, começámos a tocar na minha garagem e, com mais amigos, formámos os “Harlot Queen”. Demos concertos pela cidade e foi quando conhecemos o Hugo, que na altura também ensaiava na Associação Local de Ensaios, na Sequeira», recorda o baterista Luís Almeida.
Em 2016, os três juntaram-se para criar «um projeto de música portuguesa» (rock e punk) e a banda «rapidamente evoluiu para uma coisa diferente, começámos a fazer originais e assim nasceram verdadeiramente os Rádio Mutante» com Hugo Dantas – mais conhecido por Hugo “Ramone” – no baixo, Luís Almeida na bateria e Diogo Pereira na voz e guitarra. Devido aos afazeres profissionais de uns e aos estudos de outros, a banda só se reúne aos fins-de-semana para ensaiar e atuar. «Em 2020, na pandemia, juntámo-nos mais e começámos a trabalhar em originais e “covers”. Gravámos um álbum e o objetivo daqui em diante é gravar sempre originais», assume o vocalista Diogo Pereira.
O objetivo inicial dos Rádio Mutante era fazer uma «enciclopédia do rock português, do Quarteto 1111 aos Ornatos Violeta ou até aos Diabo na Cruz, mas com as influências que temos começou a vir o punk, blues, “heavy metal”», lembra o músico. Até agora o trio guardense já editou um álbum com nove temas e, para Diogo Pereira, «estamos cada vez melhores e a tentar fazer coisas que, só para três instrumentalistas, é difícil. O objetivo é gravar um próximo álbum. Nas letras colocamos sempre algo sobre a cidade e sobre a nossa forma de ver o mundo, mas no fundo fazemos isto porque nos divertimos e queremos tocar». Ainda não há datas para próximos lançamentos, mas «há músicas rock e baladas» prontas para estrear, garante o guitarrista.
Dar concertos na cidade mais alta «já esteve melhor». Na Guarda «já houve mais sítios para tocar ao vivo. Parece que já não está na moda as pessoas irem ver uma banda tocar ao vivo, o que mais se vê agora são bandas de “covers” e não originais», desabafa Luís Almeida. Um lamento partilhado por Diogo Pereira, para quem «o panorama musical mudou não só na Guarda, mas em todo o lado. Acabamos por tocar em qualquer sítio, vamos onde as pessoas nos querem ouvir. O objetivo é divertimo-nos e divertir quem nos está a ver», refere. O local de ensaios da banda já teve várias moradas. Atualmente os Rádio Mutante estão no Garden, o primeiro centro comercial da cidade, que abriu ao público nos anos 80, no largo do antigo cinema. O baixista Hugo Dantas ainda se lembra do espaço estar a funcionar: «Conheci este sítio ainda aberto e a funcionar em pleno, cheio de lojas e movimento. E é bom ver isto a renascer (assim esperamos)», afirma.
A sala onde ensaiam pertence a João Monteiro, professor de música, que tem em funcionamento uma escola de música nesse mesmo local. «Houve uma altura em que pensámos acabar com a banda porque estava mesmo difícil arranjar um sítio para ensaiar», adianta Diogo Pereira, que chegou a ser confrontado com pedidos de «200 ou 300 euros por mês» por uma garagem. «Entretanto surgiu a ideia de “revitalizar” o Garden, o que foi bom para todos. Tanto para nós, Rádio Mutante, que temos um sítio para desenvolver os nossos projetos, mas também para o João, que arranjou um sítio para dar aulas», explica Diogo Pereira. Uma das recentes atuações dos Rádio Mutante aconteceu no pátio do Paço da Cultura, a 29 de julho, no aniversário da Rádio Altitude.

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