Cara a Cara

A falta de apoios e de campos são as principais dificuldades do CDTA»

Cara
Escrito por Efigénia Marques

P – Já começou mais uma edição do Circuito Distrital de Ténis Amador da Guarda. Quais são as novidades desta edição?
R – É já a 7ª edição do CDTA com vários eventos em vários concelhos do distrito da Guarda. Nestes sete anos já passamos por 12 dos 14 municípios, faltam apenas a Mêda e Figueira de Castelo Rodrigo. Em 2023 temos 24 torneios, mas o nosso calendário é dinâmico. As novidades são a “formação” de novos organizadores de provas em que o CDTA faz o cartaz, divulgação do evento, receção de inscrições, realização do sorteio e dos horários dos jogos, sendo a gestão no dia do torneio feita por uma associação, pessoa ou organismo local. Já fizemos isso em Malta (Pinhel), Fernão Joanes (Guarda), no Seixo do Côa (Sabugal) e no próximo sábado a ACDS Aldeia São Sebastião (Almeida) vai organizar o primeiro torneio nestes moldes. Outra novidade é ter mais torneios com bolas novas em todos os jogos. Por fim, vamos fazer torneios de 30 dias. A ideia é mais promover a prática do ténis entre conterrâneos de uma determinada freguesia, com os jogos a ocorrer consoante a disponibilidade das pessoas.

P – E quais são as principais dificuldades para organizar este circuito?
R – Uma das principais é a falta de locais com dois campos juntos para que não sejam necessárias deslocações, uma vez que o objetivo do CDTA é também a confraternização entre jogadores. Em março realizamos um torneio na Arrifana e em Vale Estrela, nos arredores da Guarda, cujos campos distam 18 quilómetros. Lembro que na cidade os únicos dois campos juntos existentes ficam nas piscinas municipais e foram concessionados a uma empresa, em 2022, para a construção de campos de padel e de um campo de ténis, mas, infelizmente, mas nada foi feito e não os podemos usar. Outra grande dificuldade é a falta de apoios das empresas, pois entre o material e os prémios por torneio são necessários cerca de 80 euros, consoante a quantidade de participantes. Em fevereiro, enviámos mais de 60 emails para empresas a pedir apenas duas taças para oferta nos torneios e nem uma resposta obtivemos. Mas há exceções, caso da Ergovisão Guarda, que nos apoiou de 2019 a 2022, dando inclusivamente o seu nome ao circuito, e foi a grande responsável pelo aumento do número de torneios nestes três anos.

P – Como está o ténis no distrito da Guarda?
R – Tem estado a evoluir nos últimos sete anos, embora devagarinho quer em número de clubes, quer em praticantes. Em 2016 só havia clube, em Gouveia, agora há três, em Gouveia, Seia e Guarda. Penso que aposta passaria pela criação de secções em clubes já existentes e mais escolas de ténis no distrito.

P – O que falta para se organizar um torneio federado na região?
R – Em 2023 estão previstos dez torneios federados no distrito. Os clubes de Gouveia e Seia têm organizado alguns, no primeiro caso isso só foi possível recentemente com a construção do segundo campo. Já o Guarda Unida vai organizar duas competições em Celorico da Beira por não haver dois campos juntos na cidade, que é uma das condições impostas pela Federação.

P – O CDTA pode vir a ser reconhecido pela Federação Portuguesa de Ténis? O que é preciso?
R – Em 2022 conversamos com a nova direção da Associação de Ténis de Viseu (ATV), onde está integrado o distrito da Guarda, e ficou o entendimento que o CDTA é complementar às provas da ATV e da Federação (FPT). Os torneios CDTA são abertos a todos e podem funcionar como “berço” para os jogadores passarem para as provas federadas da ATV após ganharem algum ritmo competitivo. Aliás, este ano muitos dos jogadores do CDTA federaram-se e migraram para os torneios da ATV, onde há adversários de outro nível, o que pode ajudar os jogadores da Guarda a evoluir. Nós vamos manter o CDTA enquanto for possível, até porque damos a conhecer a modalidade a pequenas freguesias do distrito, novos campos para jogar e, principalmente, novos jogadores. Além disso, vamos continuar a colaborar com a ATV no desenvolvimento do ténis distrital.

P – O que mudou desde a organização do primeiro circuito? Há mais praticantes, mais torneios, mais apoios?
R – Na primeira edição, em 2016, tivemos 71 participantes em 16 torneios e a partir daí foi sempre a subir até vir a Covid. Nestes quatro primeiros anos tivemos uma média de 16 torneios por ano e passámos sempre em, pelo menos, nove concelhos do distrito. Atingimos o máximo de 115 participantes em 2019. Em 2020 não houve CDTA devido à pandemia e em 2021 retomamos, mas ainda a medo. 2022 foi o nosso melhor ano, pois realizamos 23 competições. Temos tido alguns apoios dos municípios e Juntas de Freguesias, mas não das empresas, como já referi. Mas quem nos quiser apoiar deve contactar-nos pelo email tenisguarda@gmail.com ou visitar o TenisGuarda.blogspot.com

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PAULO TIAGO

Coordenador do Circuito Distrital de Ténis Amador (CDTA) da Guarda

Idade: 51 anos

Naturalidade: França

Profissão: Funcionário público em Trancoso

Currículo (resumido): Licenciado em Gestão pelo ISMAI; Técnico do município de Idanha-a-Nova de 2002 a 2017; desde então é técnico da Câmara de Trancoso; Praticou atletismo durante a juventude e jogou ténis desde 2017, tendo parado devido a lesão no joelho

Livro preferido: Não tem

Filme preferido: “Academia de Polícia”

Hobbies: Caminhar, ver filmes, futsal e ténis

Sobre o autor

Efigénia Marques

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