É Plutão um planeta?

Plutão é um planeta anão. A classe de planetas anões foi criada em agosto de 2006 pela União Astronómica Internacional (UAI) para englobar Plutão e outros corpos semelhantes descobertos a partir de 2000. Mas qual é a diferença entre um planeta e um planeta anão? Ambos são corpos que orbitam uma estrela e têm uma massa inferior à das estrelas e das anãs castanhas (corpos celestes cujo tamanho se encontra entre o de planetas gigantes como Júpiter e o de estrelas pequenas), embora suficiente para lhes dar uma forma esférica ou esferoidal.
A diferença está no facto de um planeta “ter limpado” a sua região orbital de outros objetos e, por isso, nessa região é ele o objeto dominante, ao passo que tal não sucede com o planeta anão. Em suma, Plutão é um planeta anão e os planetas do Sistema Solar são apenas oito. Com efeito, Plutão orbita no limite da cintura de Kuiper, onde existem outros objetos em órbita parecidos com ele. Os planetas anões transneptunianos, cuja órbita se encontra total ou predominantemente para lá da de Neptuno, entre os quais se encontra Plutão, chamam-se, por decisão da UAI em 2008, plutoides. No total, os planetas anões do Sistema Solar são, além de Plutão, Ceres, Haume, Makemake e Éris, este último comparável em tamanho a Plutão. São todos plutoides, exceto Ceres, que orbita na cintura principal de asteroides.
Mesmo antes de 2006 era bastante claro que Plutão não podia ser um planeta, dadas as suas diferenças em relação aos verdadeiros planetas. A sua massa é vinte. Cinco vezes inferior à de Mercúrio e seis vezes inferior à da Lua, sendo também mais pequeno do que ela (tem cerca de 2/3 do seu diâmetro). Comparado com os planetas rochosos, tem uma densidade média claramente inferior, igual a pouco menos do dobro da densidade da água, pelo que a sua composição é diferente. Pensa-se que tem um núcleo rochoso rodeado por uma camada de gelo. Além disso, a sua órbita não fica perto do plano em que se encontram (mais ou menos) todas as órbitas dos planetas.