O Fundão celebra este ano o centenário do nascimento do poeta Eugénio de Andrade com exposições, concertos, arte urbana, documentários, colóquios, debates, leituras e projetos de criação artística. A efeméride será também assinalada com a construção de uma sala de leitura projetada pelo arquiteto Siza Vieira.
As comemorações começam a 19 de janeiro, dia do nascimento de Eugénio de Andrade (1923), na Póvoa de Atalaia, no concelho do Fundão. O poeta residiu grande parte da sua vida no Porto, onde veio a falecer em 2005, aos 82 anos. Apresentado na semana passada, o programa engloba, entre outras atividades, a apresentação do projecto “Branco no Branco – Dicionário de 100 Imagens para 100 Palavras de Eugénio de Andrade”, concebido pelo atelier de arquitectura Espacialistas e pelo escritor Gonçalo M. Tavares. A exposição “A Raiz das Palavras”, realizada em 2003 e que retrata o percurso de Eugénio de Andrade através de poemas, capas de livros e imagens, numa escolha feita pelo próprio autor, é outra iniciativa agendada.
Até ao final do ano há ainda um concerto do Coro Infantil da Casa da Música do Porto, com canções musicadas por Fernando Lopes-Graça sobre poemas de Eugénio de Andrade; a exibição de um documentário sobre Eugénio de Andrade, de Arnaldo Saraiva, José Luís Carvalhosa e Diogo Colares Pereira e o Festival Literário da Gardunha. Paralelamente, serão realizadas várias ações com as escolas do concelho. Afirmando que está em causa um dos maiores poetas portugueses, Paulo Fernandes, autarca fundanense, lamenta a «falta de atenção» que o Ministério da Cultura está a dar ao centenário de Eugénio de Andrade, mas adianta ter já desafiado a tutela a associar-se às comemorações. «Vamos enviar um ofício a convidar o Ministério da Cultura a dar o seu alto patrocínio às comemorações. Pretendemos, sobretudo, que se reforce a capacidade comunicacional e de valorização nacional da obra e da memória de Eugénio de Andrade», assume o presidente do município.
Fundão celebra centenário de Eugénio de Andrade
