A grande maioria das trabalhadoras da Rohde deverá aceitar a rescisão por mútuo acordo e receber o equivalente a um mês de ordenado por ano de trabalho. Na última sexta-feira, terminado o prazo estipulado pela administração, o Sindicato Têxtil da Beira Alta (STBA) não tinha dúvidas de que o assunto estava encerrado.
«Entre 300 a 350 funcionários já aceitaram as condições da empresa e vão acordar a saída. Nesta altura, só falta quem tem empréstimos bancários», disse a “O Interior” Carlos João, presidente do STBA, que promoveu, nessa manhã, uma acção às portas da fábrica. O objectivo era incentivar as trabalhadoras a «não desistir e a continuar a luta» para que a Rohde não fechasse. «Mas ficámos com a ideia de que o despedimento colectivo está fora de questão», adiantou. O sindicalista explicou a situação com alegadas pressões e «desinformação» por parte da administração, que, na semana passada, chegou a avisar que o despedimento colectivo iria atrasar o pagamento das indemnizações. Por outro lado, os elementos do STBA terão sido confrontados pelas operárias com os encerramentos das fábricas de confecções Montebelo, de Almeida, e Gartêxtil, na Guarda.
No primeiro caso, as trabalhadoras só foram indemnizadas ao fim de 13 anos. No segundo, ninguém recebeu ainda qualquer verba, apesar da empresa ter fechado em 2002. «Elas tiveram receio de que lhes acontecesse o mesmo», lamentou Carlos João, referindo que os funcionários estão a deixar a Rohde à medida que o trabalho acaba. No entanto, o dirigente sindical mostrou-se confiante quanto aos pagamentos: «Quando fechar, eles pagam e acabou. Os alemães habituaram-nos a isto», sublinhou.