O Governo disponibilizou uma verba de 500 mil euros destinada à alimentação animal para ajudar os agricultores afetados pelos incêndios das últimas semanas, segundo um diploma publicado recentemente no “Diário da República”.
«Os incêndios de grandes dimensões que deflagraram durante os últimos meses afetaram um número conjunto de concelhos em todo o país, provocaram a destruição de unidades de exploração económica, nomeadamente de pastos usados na alimentação de animais das espécies bovina, ovina, caprina e equídeos», lê-se na portaria assinada pela ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes. Este apoio é destinado aos criadores de ovinos, bovinos, caprinos e equídeos com explorações nas zonas afetadas pelos fogos e cujos animais estejam registados no Sistema Nacional de Informação e Registo Animal ou no Registo Nacional de Equídeos. As candidaturas terminam esta quarta-feira (24 de agosto) e devem ser submetidas online, através de um formulário no site do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP).
A Associação Distrital dos Agricultores da Guarda (ADAG) já está a ajudar os agricultores e criadores a candidatarem-se aos apoios disponibilizados pelo Estado. Sandrina Monteiro, presidente daquela entidade, refere que «os produtores pecuários já estavam com bastantes dificuldades por causa da seca e agora os incêndios vieram agravar ainda mais a sua situação. As pastagens, as poucas que ainda restavam, desapareceram e muitos criadores tinham fardos de palha e feno que também arderam, tendo perdido também as produções que tinham para o Inverno». Quanto à ajuda da ADAG, a responsável explica que «neste momento estamos a apoiar em termos logísticos, não em termos materiais. O Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas abriu candidaturas destinadas a um apoio para as freguesias que foram afetadas pelos incêndios de modo a que os produtores locais sejam retribuídos pelo “número de animais” que perderam em comparação com os dados de 1 de agosto constantes na base de dados dos serviços».
Para beneficiarem destes apoios criados pelo Governo é necessário fazer um levantamento daquilo que ardeu nos fogos. No entanto, segundo Sandrina Monteiro, «há um problema», uma vez que «alguns produtores pecuários não encontram os animais. Ou seja, neste momento ainda não têm a certeza se estão desaparecidos ou se morreram no fogo». Além disso, a técnica da ADAG sublinha que também se perderam estábulos e palheiras, mas «a questão da alimentação é neste momento a mais gravosa», alerta.