Especial Pinhel

«Fizemos muito nos dois últimos mandatos, mas ainda queremos fazer muito mais»

Presidente Cmp
Escrito por Carina Fernandes

Entrevista a Rui Ventura, presidente da Câmara Municipal de Pinhel

P – Pinhel comemora esta quinta-feira, dia 25 de agosto, os 252 anos da elevação a Cidade. Como vai ser assinalada a efeméride?

R – O Dia da Cidade, que assinala os 252 anos da elevação de Pinhel a Cidade, vai ser comemorado com um programa oficial que inclui uma sessão solene e diversas inaugurações de novos equipamentos e infraestruturas. No período da manhã, e depois da sessão solene, vamos inaugurar a Avenida António Escudeiro Valente, que passa entre o Estádio Municipal e o Centro de Bem-Estar Animal. A atribuição do nome de António Escudeiro Valente a esta nova acessibilidade visa homenagear este pinhelense, que, apesar de não ser natural de Pinhel, muito contribuiu, em diversas áreas, para o desenvolvimento do concelho. Em particular, destacamos o facto de ter sido vereador da Câmara Municipal ao longo de três mandatos (1977-1979, 1983-1985 e 1995-1997). Ainda no período da manhã iremos inaugurar um Monumento de Homenagem às Vítimas da Covid-19, em frente à Piscina Municipal Coberta. Tratase de uma obra de arte projetada pelo arquiteto António Saraiva e que, além de uma homenagem, é também um agradecimento a todos aqueles que estiveram na linha da frente do combate à pandemia. À tarde, e já com a presença da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, iremos inaugurar as novas instalações da Biblioteca Municipal, em resultado da aquisição e reabilitação de um edifício conhecido como a Casa dos Bandarra – ao lado da Porta de Santiago, em frente ao IEFP e à Segurança Social. O programa dito oficial termina com a inauguração do Parque de Caravanismo, um equipamento construído num terreno municipal contíguo à piscina municipal coberta. Importa ainda dizer que as comemorações do Dia da Cidade tiveram início no dia 13 de agosto, com um vasto conjunto de atividades culturais e desportivas que foram amplamente participadas pelos pinhelenses, pelos nossos emigrantes e também por muitas pessoas que aproveitaram estes dias para visitar Pinhel.

 

P – O Dia da Cidade volta então a contar com inaugurações, com destaque para a nova Biblioteca Municipal. Pode caracterizar este projeto?

R – A instalação da Biblioteca Municipal num edifício condigno era já uma aspiração antiga. A Biblioteca de Pinhel assinala este ano 85 anos e, ao longo destas décadas, conheceu diversas casas. Em 1999 passou para o piso superior do mercado municipal que, no nosso entender, não era de facto a localização ideal, nem em termos de acessibilidades, nem em termos de instalações. Aliás, como já afirmei publicamente diversas vezes, o edifício do mercado municipal não faz sentido nesta zona da cidade, nomeadamente tendo em conta a sua dimensão exagerada e o pouco uso que tem, motivo pelo qual teremos de tomar uma decisão quanto ao seu futuro. Mas voltando à Biblioteca, depois de ponderar várias opções, decidimos adquirir um edifício que ainda está integrado na zona histórica e proceder à sua reabilitação de modo a aí instalar definitivamente a Biblioteca Municipal Luís Augusto das Neves. O projeto de recuperação e adaptação do edifício foi elaborado pelos Serviços Técnicos do município para dar resposta à necessidade de instalações condignas para acolher este serviço e proporcionar melhores condições a todos aqueles que frequentam a Biblioteca.

P – E quanto ao Parque de Caravanismo?

R – O aumento do número de visitantes e turistas que procuram Pinhel tem sido uma constante ao longo dos últimos anos e, consequência disso, também têm vindo a surgir novos empreendimentos turísticos na cidade e no concelho.Mas a verdade é que temos de ter noção dos vários tipos de turistas que nos procuram e dar resposta às diferentes necessidades. Foi neste contexto que decidimos avançar com a construção de um Parque de Caravanismo, cientes de que era de facto uma lacuna face ao número crescente de caravanistas e autocaravanistas que nos procuram. Aproveitámos então um terreno municipal, ao lado da piscina e do Multiusos, para criar este espaço que terá capacidade para acolher 20 caravanas ou autocaravanas. Acresce que este é um lugar bastante fresco e com vegetação na zona envolvente, ou seja, o lugar ideal para quem gosta deste tipo de turismo. O Parque de Caravanismo foi também um projeto desenvolvido pelos Serviços Técnicos do município e penso que resultou muito bem.

 

P – Cultura e Turismo são duas áreas prioritárias para a autarquia?

R – Sim, essas duas áreas – muito interligadas – têm sido prioritárias e o resultado está à vista. Como acabei de dizer, o número de turistas e visitantes que procuram Pinhel tem vindo a aumentar de ano para ano e temos a clara noção que isso se deve a vários fatores, nomeadamente a todas as ações de promoção territorial que desenvolvemos, mas também às múltiplas iniciativas culturais e grandes eventos que vamos realizando ao longo do ano e que contribuem para afirmar Pinhel como um destino a visitar.

 

P – Quais são as suas prioridades para este mandato, o último que vai cumprir em Pinhel?

R – A prioridade é dar continuidade ao trabalho desenvolvido nos dois mandatos anteriores, na certeza de que fizemos muito, mas que ainda queremos fazer muito mais. O nosso principal objetivo, enquanto Executivo, é contribuir para a melhoria das condições de vida dos pinhelenses e para a atratividade do concelho. No que diz respeito à atratividade temos, por um lado, a necessidade de continuar a atrair empresas e investimentos, fundamentais para a criação de emprego e para a fixação das populações. Por outro lado, temos a atratividade em termos turísticos, que é uma realidade cada vez mais importante para estes territórios da linha de fronteira e de baixa densidade. Neste sentido, são vários os projetos que estão em fase de planeamento e concretização, uns mais adiantados do que outros. A construção da Falcoaria (que tem sofrido diversos atrasos alheios ao município), a segunda fase da requalificação do Parque Municipal da Trincheira, a ampliação da Zona Industrial e a construção do Centro Intermodal com ponto de interface entre Parque TIR e Mobilidade Pedonal de Pinhel são alguns dos projetos que consideramos estruturantes. Além disso, continuaremos naturalmente atentos às necessidades das freguesias.

 

P – Pinhel foi durante dois anos a “Cidade do Vinho”. O que fica desse título e até que ponto contribuiu para dar notoriedade aos vinhos de Pinhel?

R – A candidatura a “Cidade do Vinho”, por parte do município, teve como principal objetivo homenagear aqueles que diariamente se dedicam à terra, e em particular à vinha e à produção de vinho. Por sua vez, ao fazer esta homenagem, pretendia-se divulgar, valorizar, promover e potenciar tudo o que gira em torno da vitivinicultura, sem dúvida a principal atividade agrícola do concelho de Pinhel e a base do sustento de muitas famílias. Por força das circunstâncias, o título que nos foi atribuído por um ano acabou por estender-se por três – 2020, 2021 e 2022. É claro que foram três anos marcados pela pandemia e isso refletiu-se na concretização das atividades previstas. Ainda assim, o balanço é claramente positivo e 2022 está a ser e será o culminar de um vasto trabalho realizado dentro e fora de portas. A título de exemplo, por estes dias estamos a participar na FATACIL – Feira de Artesanato, Turismo, Agricultura, Comércio e Indústria de Lagoa (Algarve) e ainda há menos de duas semanas estivemos na Feira de São Mateus, em Viseu. Estes são apenas dois de muitos exemplos de como o projeto “Cidade do Vinho” nos permitiu levar mais longe o nome de Pinhel, reforçando o papel de embaixador que os vinhos de Pinhel sempre assumiram. Mas além de promover os nossos vinhos, importa sublinhar que tivemos sempre a preocupação e o objetivo de promover os vinhos da Beira Interior porque entendemos que juntos somos mais fortes e, como tal, importa cada vez mais defender em conjunto esta que é a Região Vitivinícola Regional da Beira Interior

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Carina Fernandes

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