Cultura

Reedição de maqueta primordial ressuscita os Nihil Aut Mors

Nihils
Escrito por Efigénia Marques

A icónica banda guardense Nihil Aut Mors, nascida no final dos anos 80 do século passado, volta a dar que falar. Separaram-se oficialmente em meados da década seguinte, por motivos profissionais de cada membro, e a última vez que se juntaram, em 2011, foi para tocar na primeira parte dos Pop Dell’Arte, num concerto no TMG. Onze anos depois é a reedição da maqueta “Super” que os faz regressar à ribalta.
O grupo era constituído por Paulo Monteiro no baixo, Miguel Prata Gomes na voz e letras, Rui Monteiro na bateria e percussões tribais e Victor Afonso. É o guitarrista que conta a O INTERIOR como surgiram os Nihil Aut Mors. «Foi uma reunião de amigos do secundário que tinham gostos em comum pela música, principalmente pela chamada pós-punk dos anos 80, com bandas como Joy Division e Bauhaus. Começámos a ensaiar regularmente numa garagem e a tocar. Na altura só havia mais uma banda na Guarda», recorda Victor Afonso. O latim marca a peculiaridade do grupo, uma vez que os temas eram cantados nessa língua, mas também em inglês e francês. Até mesmo o nome é latim, que significa “Nada ou Morte” em português.
«Em agosto de 1990 gravámos uma maqueta com condições profissionais, nos estúdios Rangel, no Porto, pela editora independente Tragic Figures, que se chama “Super”. Foi esse trabalho que nos projetou ainda mais e que hoje é um objeto raro de culto», adianta o músico, sublinhando que «tínhamos uma grande originalidade que ainda hoje é notada». Os Nihil Aut Mors chegaram a tocar no mesmo palco com os Sitiados, Pop Dell’Arte, É M’as Foice, Censurados, Bastardos do Cardeal, A Kausa, K4 Quadrado Azul e GNR em várias cidades portuguesas e espanholas. Alguns dos seus temas integraram compilações nacionais e internacionais e o jornal “Blitz” chegou mesmo a escrever que a sua música era «uma fusão entre Mão Morta e Swans».
A maqueta “Super” vai ser reeditada em CD a partir desta quinta-feira, numa edição remasterizada, limitada e atualizada graficamente. A editora é a Pós-8òs, de André Carneiro.

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Efigénia Marques

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