Há um ano estávamos em contagem decrescente para as eleições autárquicas. Na campanha eleitoral cruzaram-se promessas e acusações. Nos debates houve acrimónia, puxou-se por galões, exibiram-se as chagas da cidade e os candidatos mostraram um arremedo de guião para o mandato que iria iniciar-se.
Ganhou a lista independente “Pela Guarda”. Prometia que a Variante da Ti Jaquina ia ser uma realidade, tal como a variante da Sequeira, ambas sem custos para o município, prometia também a reposição do antigo nó do Alvendre, a realização da Estrada Verde, com a ligação de Videmonte ao Maciço Central da Serra da Estrela. Na cultura dizia-se: o «Teatro Municipal da Guarda, o Museu da Guarda, a Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, são estruturas profissionais que têm vindo a desenvolver e a apostar numa programação de alta qualidade, inovadora, mas não basta ser-se estrutura!» Mais adiante dizia-se que «É preciso potenciar a criação artística no território, através de uma programação concertada, assertiva, imersiva e emergente». Prometia também programas de reabilitação urbana, para coberturas e fachadas, a criação de «pequenas bolsas de estacionamento» no centro da cidade, Prometia-se ainda «um caminho célere, para a requalificação aguardada há demasiados anos de todo o Eixo Central da Cidade, desde o Largo da Misericórdia até à Alameda de Santo André, do Bairro do Bonfim, e de toda a zona envolvente ao antigo Cine-Teatro e do novo Centro Comercial, o mesmo se dizendo em relação às principais entradas da Cidade, como a Av. Francisco Sá Carneiro, a Av. Rainha D. Amélia e a EN 18, a zona do Outeiro São Miguel, nos Galegos e na Pocariça».
Havia outras coisas que muitos acreditavam que deviam ser feitas, como por exemplo encontrar uma solução para o Bairro da Fraternidade, ou para a célebre dívida à Águas de Portugal, ou para o Hotel de Turismo.
Passado quase um ano, que temos?
Iniciou-se uma consulta pública para o destino a dar-se à Casa da Legião. Nada de visível quanto ao Hotel de Turismo, o estacionamento continua difícil, não há sinais da Estrada Verde, da Alameda da Ti Jaquina ou da Variante da Sequeira. Os telhados no centro histórico continuam em ruínas e as fachadas metem dó. A programação do TMG é perto de inexistente, ninguém fala da segunda fase do Hospital, da dívida à Águas de Portugal, da requalificação do eixo Central da Cidade ou dos acessos principais, da reabertura do nó do Alvendre.
Mas, dirão, nada foi feito? É claro que alguma coisa foi feita: houve alterações nas chefias da Câmara, continuam a regar flores, há trabalhos por aqui e por ali, mais de manutenção que outra coisa qualquer. A taxa de IMI mantém-se alta e o preço da água também.
Um quarto do mandato já foi e não se vê nada de muito impressionante. Será que a desculpa é a pesada herança do passado?
Um ano depois
“Mas, dirão, nada foi feito? É claro que alguma coisa foi feita: houve alterações nas chefias da Câmara, continuam a regar flores, há trabalhos por aqui e por ali, mais de manutenção que outra coisa qualquer. A taxa de IMI mantém-se alta e o preço da água também.”