Cara a Cara

«Acreditamos que a presença da Noesis na Guarda e na Covilhã permitirá ajudar a fixar jovens recém-licenciados»

Cara
Escrito por Efigénia Marques
P – Porque é que a Noesis escolheu a Guarda e a Covilhã? R – A aposta nas regiões da Guarda e Covilhã é mais uma etapa de uma estratégia que implementámos há alguns anos de criação de Centros de Competências descentralizados, com equipas especializadas, onde prestamos serviços aos nossos clientes, nacionais e internacionais. De forma remota, em regime de “nearshore” ou “offshore”, desenvolvemos projetos para todos os mercados onde operamos: Portugal, Espanha, Irlanda, Holanda, Brasil e Estados Unidos. Esta política iniciou-se em Coimbra, onde temos atualmente um Centro de Competência que já conta com mais de 150 colaboradores de distintas áreas de especialização como “low-code solutions” (desenvolvimento OutSystems), “quality management” ou “DevOps&Automation”. A abertura dos escritórios na Guarda e na Covilhã é mais um passo nessa estratégia. A Noesis sempre procurou criar estes polos de desenvolvimento intimamente ligados à comunidade académica e às universidades, apostando, por isso, em regiões com instituições de referência e capacidade formativa nas áreas da engenharia e da tecnologia. Operamos num setor altamente competitivo, onde a escassez de recursos é uma realidade, para além de ser um setor de inovação constante. Por isso, a aposta na formação assume particular importância. P – Qual o balanço que fazem destes primeiros meses de atividade na Beira Interior? R – O balanço é essencialmente positivo. Está tudo a correr como planeado, temos já mais de 10 colaboradores a trabalhar nestes escritórios, num plano que prevê que sejam cerca de 40 até ao final do ano. Estabelecemos também uma parceria próxima com a Universidade da Beira Interior e com o Politécnico da Guarda, com quem já estamos a colaborar de forma próxima. P – Quais têm sido as principais dificuldades ao desenvolvimento deste projeto? R – O facto de, tradicionalmente, o ecossistema organizacional português apresentar uma forte litoralização, com uma grande concentração junto aos principais centros urbanos, é uma das dificuldades deste projeto. A maioria das pequenas, médias e grandes empresas em Portugal estão sediadas ou representadas na área metropolitana de Lisboa ou do Porto. Neste sentido, e no contexto atual em que tanto se fala sobre o futuro do trabalho e novas formas de trabalhar, é fundamental que os responsáveis das empresas reflitam sobre como tornar as regiões do interior competitivas e apetecíveis para jovens profissionais altamente qualificados. Quer a Guarda, quer a Covilhã, são regiões que estão dotadas de instituições académicas muito relevantes, com muito boa capacidade formativa e que acolhem alunos de diversas regiões do país. Acreditamos que a nossa presença permitirá ajudar a fixar alguns desses jovens recém-licenciados, contribuindo assim para o desenvolvimento económico da região. Outro desafio passa também pelo modelo de trabalho implementado, estes terão que ser adaptáveis à especificidade de cada equipa, e têm que ser modelos que funcionem, quer para os colaboradores quer para a organização. Na Covilhã e na Guarda não será diferente. Apesar da flexibilidade que promovemos, e do modelo de trabalho híbrido que estamos a adotar na Noesis, não deixámos de querer ter uma representação física e um escritório em cada uma destas cidades. Esse foi também o “feedback” que recolhemos das próprias universidades e de outras entidades da região, com quem fomos conversando ao longo deste processo. Não seria igual se simplesmente recrutássemos, nesta região, em modelo 100% remoto. Entendemos ser importante estarmos presentes fisicamente, com escritórios que já estão adaptados e dimensionados para um modelo de trabalho híbrido e flexível, não só para reforçar a nossa presença enquanto marca, mas até para deixar claro o nosso empenho na criação destes Centros de Competências, a nossa aposta nesta região, e o compromisso com os talentos que queremos que façam parte da nossa equipa. P – Tem sido fácil, nomeadamente, atrair quadros para estes dois escritórios? R – Mais do que esperávamos, até. Mais uma vez aliado à boa recetividade quer do mercado, quer da Universidade da Beira Interior e do Instituto Politécnico da Guarda e estamos certos de que seremos capazes de contratar e formar equipas altamente qualificadas na Covilhã e na Guarda. Estes escritórios serão integralmente ocupados por novas contratações. São colaboradores que estamos a recrutar e a integrar na região. Aliás, este processo já está a todo o gás, pois já temos os nossos primeiros talentos a trabalhar. P – Mantêm as perspetivas de crescimento da Noesis nestas duas cidades? R – Completamente. Acreditamos fortemente nesta estratégia e que este é o caminho para continuarmos a crescer e a sermos capazes de responder aos desafios do mercado e dos nossos clientes, num sector onde a escassez de recursos técnicos qualificados é uma realidade. Só apostando na formação de talentos e na criação destes centros de competência especializados será possível responder ao desafio. Assim, temos a ambição de continuar este caminho e abrir vários centros de competências espalhados pelo país. No curto prazo não está ainda prevista a abertura de novos centros, mas é algo que está considerado no nosso plano estratégico e que continuaremos nos próximos anos, seguindo a mesma lógica que levou à abertura dos polos de Coimbra, Guarda e Covilhã. _________________________________________________________________________

NELSON PEREIRA

CTO da Noesis Idade: 47anos Naturalidade: Guarda Profissão: Administrador/ CTO Currículo (resumido): Amante de tecnologia aplicada; Procura incessante de melhoria continua; Gestão de pessoas. Livro preferido: “Predictably Irrational”, de Dan Ariely Filme preferido: “Laranja Mecânica”, de Stanley Kubrick Hobbies: Piloto (veículos de competição)

Sobre o autor

Efigénia Marques

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