O Museu da Guarda acolhe até 17 de abril uma retrospetiva da obra pictórica da consagrada artista plástica Ilda David.
Inaugurada na quinta-feira, a mostra intitulada “Falar com o tempo” está patente no museu, nas galerias do Paço da Cultura e na capela do Solar dos Póvoas, junto à Praça Velha. Nestes três espaços estão as obras mais representativas do trabalho da pintora (1955) ao longo da sua carreira e, particularmente, nos últimos três anos. A exposição tem curadoria de Nuno Faria, atual diretor artístico do Museu da Cidade do Porto, cuja seleção de trabalhos apresentada na Guarda «incide sobre as pesquisas plásticas que caracterizam Ilda David e o trabalho que vem construindo há quatro décadas: um universo artístico, em que se cruzam de forma particularmente profícua e estimulante, a imagem e a palavra e cujo denominador comum é a tematização da irredutível diversidade da linguagem da natureza».
Natural de Lisboa, a pintora é conhecida pelas suas obras «profundamente ligadas ao universo literário e poético» e pelo processo de investigação formal «que representa um dos mais coerentes percursos da arte portuguesa, fazendo a ponte entre a literatura e a pintura, entre o poético e o onírico». Além da pintura, tem-se dedicado também à ilustração de livros, com destaque para a nova edição, em oito volumes, da primeira tradução da Bíblia para língua portuguesa, de João Ferreira Annes d’Almeida, publicada pela Assírio & Alvim em 2006, numa iniciativa de José Tolentino Mendonça. Seis anos depois ilustrou livros de Camilo Castelo Branco, Maria Velho da Costa e Manuel António Pina.