O autor desta coluna não sei o que é uma silepse. E leu em páginas estas o leitor anástrofes? Já ando farto de hipálages com mania que têm piada. Detesto pleonasmos. Pleonasmos e redundâncias. Detesto e odeio. E não venha quem me lê achar que estas letras são uma metonímia.
Julgo, pelo menos, que a crónica que escrevo desde 2004 não é uma sinédoque. Julgo que não é uma anáfora. Julgo que não. Julgo que pode ser fraquinha? Pode, mas seria um eufemismo. Há seres mágicos que me dizem que esta crónica é uma fabulosa e magnífica hipérbole, outros, elipse. Mas já se sabe, estas criaturas são cheias de prosopopeia.
O escriba badocha anda à procura de antonomásias para rasgar a cortina da metáfora, ou fazer uma catacrese aos pés da cama. Em 1985, lembro-me de dizer que não tinha paciência para analepses, especialmente se fossem alegóricas, como se o passado fosse um filme a preto e branco.
Será a vida um oxímoro do destino passado? Ou uma sinestesia de aromas azuis? Sem ironias, são pensamentos profundos. E haverá sarcasmo? O leitor é tão esperto, usa assíndetos, gradações, bom, fantástico, genial.
Um anacoluto, há figuras de estilo, não é fácil, um tipo lembrar-se de comparações, que são como símiles. Leitor, leitor, deixe, deixe a epizeuxe, e em honra dos seus neurónios, mande à merda a metalepse e alinhe ali aligeirado na aliteração.
Espero que em 2022 terminem os circunlóquios, que estes tempos de combate nas trincheiras não estão para alegorias e estas páginas já viram melhores litotes.
* O autor escreve de acordo com a antiga ortografia