Levar as vacinas todas que o Governo e a Comissão Europeia decidirem ser necessárias para viajar, jantar fora e ver a minha mãe. Se possível, para evitar deslocações, eu aceito levar duas de cada vez, se só quiserem usar os braços. Como tenho pernas fortes (há quem diga gordas, mas é gente invejosa), podem ser quatro doses já em Janeiro para garantir imunidade até Junho.
Nas eleições de Janeiro, votar em partidos que defendam respeitosamente a “ciência” ou o “mercado”, e que tenham como prioridade manter o pânico – ah, parece que se deve dizer “a população em alerta”. A minha escolha será entre os candidatos da Pfizer e os da Janssen. Nada contra a Coligação Moderna, mas o meu conservadorismo impede-me de votar em partidos que se anunciam progressistas. Não me abstenho porque não sou negacionista.
Fechar-me em casa sempre que os políticos – perdão, os cientistas – se assustarem e voltarem a não confiar nas medidas que eles próprios decidiram e defenderam duas semanas antes. Sempre que isso acontecer: fingir que o teletrabalho protege toda a população e não apenas o quinto de privilegiados que realmente pode trabalhar de casa; fazer de conta que dar aulas online ou na sala de aula é exactamente a mesma coisa.
Ver os jogos do Sporting com uma anormal sobranceria e confiança. Se o Sporting continuar a ganhar desta maneira, o gosto que eu tinha por ser adepto de um clube que quase nunca ganhava começa a esboroar-se. Começa-me a parecer que o objectivo de Ruben Amorim, renomado benfiquista, é que os sportinguistas não reconheçam o seu próprio clube.
* O autor escreve de acordo com a antiga ortografia