Um ano depois de concluída a valorização da bombarda, no Parque Municipal da Trincheira, a Câmara de Pinhel inaugura na próxima quarta-feira, dia 25, o “carro do canhão”.
«É um investimento numa bombarda que esteve muitos anos ao abandono num espaço sem condições, em que chovia, nomeadamente… No ano passado demos-lhe dignidade e o canhão está hoje coberto, agora falta o sítio onde era utilizado. Não era utilizado em cima de pedras ou de cepos, como está agora, então mandámos construir uma bombarda muito idêntica à que existe em Edimburgo, na Escócia. É, portanto, um projeto muito interessante para aquilo que é o potencial da divulgação da nossa bombarda», refere o presidente o município, Rui Ventura. A intervenção resulta de um investimento de 46 mil euros.
Reza a História que a bombarda foi mandada instalar em Pinhel por D. João II, numa estratégia de colocar bocas-de-fogo e munições nas zonas fronteiriças mais sensíveis. Esta peça de artilharia quatrocentista está associada às Tercenas de Pinhel, estruturas militares mandadas construir pelo rei em 1488, segundo relato de Rui de Pina. Em Portugal subsistem apenas duas peças dessa época, uma das quais no Parque Municipal da Trincheira, que pesa cerca de 1.500 quilos. De acordo com informação do município, esta bombarda é «uma das mais notáveis “boca-de-fogo” do período medieval que se conserva em Portugal até aos dias de hoje. Disparava projéteis de pedra com cerca de 50 quilos a mais de um quilómetro de distância». Também conhecido popularmente por “Canhão da Trincheira”, esta peça de artilharia está neste local desde o início do século XX.