A violência doméstica e a sinistralidade rodoviária são as principais preocupações do Comando Territorial da GNR da Guarda e estão a merecer cada vez mais atenção por parte das autoridades.
Estes dois tipos de crimes foram destacados pelo coronel Luís Cunha Rasteiro, comandante do Comando Territorial, no discurso comemorativo do Dia da Unidade, celebrado na passada quinta-feira. Para o oficial, a violência doméstica é mesmo «uma chaga social», com «altas taxas de criminalidade» em Portugal, contra a qual a GNR tem dado «uma resposta mais eficaz» através do NIAVE (Núcleo de Investigação e Apoio a Vítimas Específicas), que mobiliza 25 militares nas secções de inquérito dos postos territoriais do distrito, e são «uma primeira linha de intervenção, proteção e segurança, de atendimento, acompanhamento, apoio e de encaminhamento das vítimas». Segundo Cunha Rasteiro, nos últimos três anos foram recebidas 950 denúncias de violência doméstica, tendo sido detidos 152 indivíduos.
Outra problemática continua a ser a sinistralidade rodoviária, que é «um dos principais fatores críticos de insegurança no distrito», disse o comandante, para quem não basta reprimir «sem concessões» as infrações, «é preciso que a sociedade se empenhe nesta questão» porque a segurança na estrada «é uma responsabilidade de todos». De acordo com o balanço divulgado, a criminalidade no distrito mantém-se abaixo da média nacional e diminuiu 11 por cento este ano face a 2020, tendo sido registados menos 300 crimes pela GNR. Também a criminalidade violenta e grave baixou 16 por cento desde o início do ano comparada com igual período de 2020. «Estes bons resultados são a consequência de medidas preventivas bem sucedidas e do trabalho de investigação criminal efetuado no quadro das nossas competências», considerou Cunha Rasteiro.
À margem das cerimónias, o comandante territorial revelou aos jornalistas que o Destacamento de Trânsito deverá mudar-se, até ao final de janeiro de 2022, para novas instalações na sede do Comando, no centro da cidade, o que permitirá libertar mais militares para o patrulhamento. A antiga Brigada de Trânsito vai ocupar um edifício recuperado, no âmbito das requalificações que têm sido levadas a cabo no quartel nos últimos anos e que envolveram um investimento de cerca de 250 mil euros. «Os edifícios que temos são os necessários, o que estamos a fazer é reabilitá-los, como aconteceu no comando e noutros dois espaços. No próximo ano esperamos requalificar um terceiro imóvel que permitirá melhorar as condições do posto territorial da Guarda», adiantou Cunha Rasteiro.
Este aproveitamento de espaços «abandonados e devolutos» no perímetro do quartel permitirá «aos decisores políticos um hiato de tempo suficiente para que a decisão, quanto à construção de um novo Comando, possa ser tomada com ponderação e para se tomarem as melhores opções para a instituição e para a cidade», considerou o oficial.
504 detidos em 2021
Em termos operacionais, a GNR realizou, em 2021, 26.571 patrulhas, registou 2.368 crimes e 504 detenções, tendo efetuado 149.190 controlos de velocidade e 56.717 testes de alcoolémia, dos quais 637 foram positivos. Houve ainda 29 detidos por violência doméstica e 10.665 autos de contraordenação, bem 277 incêndios investigados, 32 pessoas identificadas por fogos florestais, cinco deles detidos. Desde o início do ano as foram realizadas 86 escoltas de vacinas. Atualmente, o Comando Territorial conta com 614 efetivos, distribuídos por 26 quartéis. A presidir ao Dia da Unidade esteve o adjunto do Comandante Operacional, Brigadeiro-general Rui Veloso. Na quinta-feira foram condecorados vários elementos do efetivo e inaugurada a Galeria dos Comandantes no edifício central do Comando. Já a Câmara da Guarda entregou, em regime de comodato, um veículo para os programas “Idosos em Segurança” e “Escola Segura”.